quarta-feira, 7 de outubro de 2009

HISTÓRIAS DO PUVR

(Ainda com intuito de esclarecer os fatos ocorridos há cerca de dois anos atrás de forma aberta, aqui nesse BLOG.) Na nossa postagem “Administração Direta e sua Legitimidade” teve início uma troca de idéias não sobre o tema propriamente dito, mas sim sobre as circunstâncias que levaram à definição da Direção do PUVR na época. Consideramos também uma boa oportunidade para que se conheça outra versão dos fatos, diferente da que aparentemente foi ou vem sendo divulgada a respeito e de forma menos afeita ao debate. Nosso gancho é a frase extraída do comentário de um(a) interlocutor(a) anônimo(a).

"Historia mal contada também perde credibilidade, assim como quem a conta"

Não posso deixar de perceber o rancor e a falta de disposição para o diálogo sóbrio nessas palavras. Mesmo assim, vamos lá.

O atual Reitor foi eleito há cerca de três anos atrás com uma votação pífia, é verdade, em Volta Redonda. se não me engano, foram 17 votos docentes.

É preciso, no entanto, lembrarmos também do seguinte. Eram cinco os “cabeças de chapa” e pelo menos três deles, os então candidatos Prof. Roberto Salles, Prof. Sidney e o Prof. Humberto tiveram enormes dificuldades para apresentar suas idéias e conversar com todos aqui em Volta Redonda. Em eleições anteriores, o Diretor reunia o colegiado e os Departamentos em reunião conjunta para permitir que cada candidato expusesse sua plataforma. Em 2006, após a viagem que já conhecemos de Niterói até aqui, pelo menos os três candidatos acima tiveram que se contentar em andar pelos corredores quase sempre vazios e tentar falar com os professores em seus locais de trabalho. Foi assim que conheci, por exemplo, o Prof. Humberto, que esteve em minha sala e apresentou-se como candidato a Reitoria. Registre-se que o mesmo Prof. Humberto, posteriormente Pró-Reitor de Pesquisa, apoiou decisivamente a vinda do MEV para a EEIMVR. Tal situação desagradável até hoje é lembrada e resultou de uma política, ao nosso ver equivocada, de prévio e declarado alinhamento da Direção da Unidade com outro candidato, o qual é hoje, coincidentemente, o atual Diretor do PUVR.

Vale comentar que, para uma Unidade do Interior, tipicamente isolada, consideramos então tal atitude um erro, não apenas pela falta da devida cortesia para com os candidatos, mas também pela falta de estratégia política. Chegamos a comentar esse fato com o Prof. Renato Dietrich que esteve em minha sala pedindo votos para o candidato à Reitor então escolhido pela Direção da Escola, hoje atual Diretor do PUVR. Comentei com ele, que não seria prudente, do ponto de vista político, que nossa Escola se posicionasse tão claramente ao lado de um ou outro candidato.

Quis o destino que o atual Reitor fosse eleito então com uma diferença percentual mínima, menor que 1%. Do total de votos válidos, o equivalente na época a aproximadamente 17 votos docentes.

No entanto, sempre esteve claro para nós que uma política impositiva da futura Reitoria em Volta Redonda, além de não ser correta, não seria construtiva nem resolveria problemas locais. Em face dessas circunstâncias, e após o resultado das eleições para Reitor de 2006, em reunião ocorrida nas dependências do 1o andar do prédio da Reitoria, com a minha presença, do Prof. Rolim, e do Prof. Jayme, e docentes ( prefiro não declinar os seus nomes nesse momento) do grupo de apoio ao Reitor eleito Prof. Roberto Salles que foi sugerida pela primeira vez a possibilidade de um acordo para a política local de Volta Redonda, no sentido de apaziguar os ânimos da fase de eleições.

Em uma segunda reunião, ocorrida no 3o andar da Reitoria, na pequena sala de reuniões próxima à Sala dos Conselhos, essa proposta foi ratificada, nos termos já descritos: formação de uma chapa conjunta entre os dois grupos para a próxima eleição para Direção da EEIMVR e a condução do Diretor da EEIMVR ao cargo de Diretor do PUVR. Tudo isso ocorreu ao final de 2006. Nesse período, o Reitor eleito Prof. Roberto Salles e assessores estiveram novamente em Volta Redonda e se reuniram com o Diretor da EEIMVR. Durante esse período, no final de 2006, eu estive pessoalmente na sala da Direção da EEIMVR, tentando uma aproximação e lhe disse que o Diretor da EEIMVR seria um bom nome para a Direção do Pólo Universitário de Volta Redonda.

Depois de fracassadas as negociações, já em 2007, mas antes da nomeação do Diretor do PUVR, em reunião do Conselho Universitário (eu estava presente), o Diretor da EEIMVR acusou publicamente o Reitor da UFF e presidente do Conselho, Prof. Roberto Salles de lhe ter feito uma "proposta indecente". Em outra Reunião do CUV, o Diretor da EEIMVR, de dedo apontado para o Presidente do Conselho, prognosticou que se projeto do PUVR fracassasse, o responsável seria o "o Prof. Roberto Salles". Tais incidentes, certamente registrados nas Atas do CUV, talvez tenham, quem sabe, precipitado uma decisão para definição da Direção do PUVR.

Talvez o Diretor da EEIMVR tenha feito tal prognóstico por, assim como tantos, desconfiarem da nossa capacidade, e por essa razão a gestão do PUVR tornou-se para nós um desafio e uma responsabilidade maiores ainda, pois o seu fracasso já estava, por assim dizer, vaticinado. Mas não podemos deixar de enfatizar que houve sim uma oportunidade de aproximação. Infelizmente, talvez pela possibilidade ou desejo de um controle total, essa oportunidade foi desperdiçada.

Não tenho condições de narrar o que ocorreu em reuniões em que não estive presente, mas creio que a narrativa acima ajudará alguns entenderem o pano de fundo do que vem ocorrendo de 2007 até aqui no PUVR, e também a entender antigas e profundas ligações entre os envolvidos na política da EEIMVR e do PUVR, de ontem e de hoje.

Saudações a todos.

Prof. Alexandre Silva

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "(...)Peço ao ano-novo
    aos deuses do calendário
    aos orixás das transformações:
    nos livrem do infértil da ninharia
    nos protejam da vaidade burra
    da vaidade "minha" desumana sozinha
    Nos livrem da ânsia voraz
    daquilo que ao nos aumentar
    nos amesquinha.

    A vida não tem ensaio
    mas tem novas chances

    Viva a burilação eterna, a possibilidade:
    o esmeril dos dissabores!
    Abaixo o estéril arrependimento
    a duração inútil dos rancores

    Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
    a vida inédita pela frente
    e a virgindade dos dias que virão!"
    (Elisa Lucinda - Libação)
    *********************************

    Recebi este poema hoje por e-mail e acho que estes versos acima vêm a calhar neste blog. Para que todos nós saibamos que o passado passou...que devemos sabê-lo sim, mas para transformá-lo e não vociferá-lo em vão.

    Saudações a todos, inclusive aos anônimos

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