quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A ESPERANÇA

Aos jovens estudantes da UFF Volta Redonda:
Para continuar com a veia poética que se nous aflora trago aqui um poema do grande poeta gaúcho, que não precisou de Academia Brasileira de Letras para se imortalizar. E que sempre transmitiu esperança e resistência:

Estes que ai estão
Atravancando meu caminho
Eles passarão
Eu passarinho


Mário Quintana

Saudações Universitárias e até a próxima

Luiz Carlos Rolim Lopes

terça-feira, 29 de setembro de 2009

APESAR DE VOCÊ, AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA!

Amigos da UFF em Volta Redonda,

Trabalhei como engenheiro na Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda de 1981 a 1992, quando pedi meu desligamento pois passara em concurso público para o Departamento de Engenharia de Produção da UFF em Niterói. Foram anos heróicos, quando Volta Redonda era "área de segurança nacional" mas insistia em ser portadora de "indignação" contra a ditadura. O saudoso Henfil, irmão do Betinho, havia lançado uma campanha nacional do INDIGNE-SE e Volta Redonda era referência de resistência e luta por uma sociedade democrática. Inúmeros foram os exemplos de combatividade desta cidade que repercutiram no país inteiro. Em 1988 Volta Redonda experimentou a violência dos ditadores com o assassinato de quatro operários que lutavam por melhores condições de vida e de trabalho. A repercussão disso foi que em São Paulo, contra todos os prognósticos estatísticos, Luiza Erundina torna-se prefeita da cidade. Em Volta Redonda as Comunidades Eclesiais de Base floresceram e foram exemplos pro país inteiro de como o povo unido pode resistir e fazer avançar a democracia.
Vejo que os tempos mudaram mas essa característica da resistência, da combatividade e da ética continua viva em Volta Redonda. Nossa Universidade vive um dos momentos de maior truculência e grosseria de gestão. Um Reitor autoritário e antidemocrático tira e põe dirigentes conforme sua lógica tacanha de ganhos políticos imediatos, de olho na sua re-eleição no ano que vem, jogando por terra o sonho que acalentamos de criar uma UFF no interior mais autônoma, independente e capaz de criar e sustentar projetos político-pedagógicos inovadores. E é justamente Volta Redonda que desponta como uma luz no fim do túnel pra dizer: "o rei está nu".
Tenho acompanhado todas as intervenções do "Pensamento Acadêmico UFF Volta Redonda" e me sinto orgulhoso de saber que o medo não paralisou toda a universidade como cheguei a pensar.
Amanhã (30/09/09)tem Conselho Universitário e estou disposto a fazer ecoar o grito não apenas de Volta Redonda mas também de Rio das Ostras, de Friburgo e de todos os lugares onde o braço covarde da truculência tenta passar atestado de incapacidade para nossos colegas professores, servidores técnico-administrativos e estudantes de que não podem se auto-governar: ELEIÇÕES JÁ EM TODOS OS PÓLOS!

Saudações universitárias,
Emmanuel Paiva de Andrade
Vice-Reitor

É preciso ir em frente!

Olá a todos! Este post é particularmente endereçado aos alunos, de forma que
eu gostaria de compartilhar com todos aqui alguns pensamentos sobre a manifestação do 
último dia 22/09.

Antes de ir ao assunto principal e devido a maior frequência dos alunos a este blog, 
convido a todos que aqui ingressaram recentemente ler os posts antigos, com os 
respectivos comentários. O título deste post é apenas uma lembrança da postura que 
devemos ter ante às nossas atitudes: elas precisam ter continuidade. Antes de mais nada, 
cumpre esclarecer alguns pontos com respeito à discussão que tem se seguido a partir da 
manifestação: não há exatamente uma intervenção aqui, apesar de tudo que houve se 
configurar como uma intervenção. Como não tivemos ainda eleições no pólo, cabe ao reitor 
nomear alguém para ficar em sua direção. Falo isso para que tenhamos algum cuidado com os 
termos que utilizamos, pois alguma hora podemos ser cobrados. A partir da leitura dos 
comentários que se postam aqui, cabe também uma outra observação: não vamos estigmatizar 
ninguém! Toda a preocupação que aqui se tem colocado com respeito à democracia vale para 
nós também: temos que saber ouvir e respeitar as opiniões alheias. Porém, temos também, 
dentro da discussão democrática, que cobrar das pessoas coerência com os seus discursos e 
atitudes.

Com respeito à manifestação, achei legítimo o uso dos recursos utilizados (cartazes, 
bateria, ocupação, etc...) pois o objetivo da mesma é chamar a atenção de algumas pessoas 
e dar um recado a outras, recado que estamos atentos a um determinado fato. Para a 
manifestação não ser vista como ato isolado, é preciso que ela repercuta no tempo, 
através da cobrança constante das pessoas sobre aquelas que se comprometeram com 
"mudanças X ou Y". Isto já está acontecendo ao meu ver, quando vejo a maior presença dos 
estudantes nos fóruns de discussão na intertet, como este blog em particular. Mas é 
preciso ir além, é preciso cobrar as promessas feitas, os prazos prometidos, etc... e 
neste ponto a postagem do material em vídeo do encontro dos alunos com o professor Wainer 
é de fundamental importância, pois aqui em Volta Redonda tenho constatado frequentemente 
uma síndrome que chamo de "perda seletiva de memória": não é toda a memória que se esvai, 
mas apenas alguns pedaços... e sempre aqueles pedaços que dizem respeito à possíveis 
incoerências de atitude do presente, confrontado com o passado. Vai aqui minha particular 
saudação aos estudantes, pela organização do manifesto e do encontro posterior no 
auditório com o professor Wainer.

Democracia aprendemos na vida: em casa, na escola... na universidade, em toda a
vida! Parabéns a todos vocês e ainda que me falte as licenças poéticas da Aline
(Geraldo Vandré) e dos Professores Alexandre (Violeta Parras) e Rolim (Milton),
deixo aqui, provocativamente,trechos da poesia "Companheiros" do poeta moçambicano Mia 
Couto, e desde já já vos digo: tenho certeza que caminham com seus próprios pés!! 
Saudações a todos: Adriano de Souza Martins.

"deixo
 a paciência dos rios
 a idade dos livros
 mas não lego
 mapa nem bússola
 por que andei sempre
 sobre meus pés
 e doeu-me
 às vezes
 viver


 hei-de inventar
 um verso que vos faç justiça
 por ora
 basta-me o arco-íris


 em que vos sonho
 basta-te saber que morreis demasiado
 por viverdes de menos
 mas que permaneceis sem preço
 companheiros"


------------------------------------
Adriano de Souza Martins
Professor Adjunto II
Departamento de Ciências Exatas
Polo Universitário de Volta Redonda
Universidade Federal Fluminense
------------------------------------



Observação: Esta postagem foi enviada por e-mail.

A BOA NOVA

Pessoal,

Estava limpando os meus arquivos antigos quando encontrei o texto abaixo, encaminhado para alguns colegas da UFF na véspera do natal de 2007. Era um texto sobre a Escola de Engenharia de Niterói, mas se encaixa muito bem para o pólo de Volta Redonda em 2009. Era um momento em que algumas pessoas estavam com medo de se manifestar publicamente. Ele se intitulava A BOA NOVA. Aí vai

xxxxxxx


As Universidades Públicas, que deviam ser vanguarda no processo de consolidação democrática no país, apresentam aparentemente, ainda, certas características da política de clientela que morreu há décadas na maioria das grandes cidades e que só sobrevive nos grotões. Vemos pressões, ações que podem ser confundidas com intimidação, um concreto receio das pessoas de se manifestar publicamente e um “senso comum” de que “as coisas são assim mesmo” e “bobo é quem acredita que pode ser diferente”. PODE SER DIFERENTE SIM. O próprio país está mudando mais rápido do que a Universidade Pública e isso é o que nos preocupa.

Com o aumento do orçamento para investimento da UFF, principalmente devido aos recursos próprios, acreditamos que é necessário abandonar os antigos paradigmas de gestão, típico de empresas familiares, na qual um “pai patrão” distribui mesadas aos filhos obedientes e pune os rebeldes, e criar mecanismos mais eficientes e transparentes de tratar os recursos públicos.

UMA GESTÃO AMADORA, BASEADA EM VÍNCULOS PESSOAIS, PODE SER TER SIDO UMA BOA OPÇÃO QUANDO O ORÇAMENTO E COMPLEXIDADE DA UFF E DAS SUAS UNIDADES ERAM PEQUENOS. COMO NUMA EMPRESA COM GESTÃO FAMILIAR QUE CRESCEU, PARA EVOLUIR ALÉM DE UM CERTO PONTO, TORNA-SE NECESSÁRIO ROMPER VELHOS PARADIGMAS E OPTAR POR MECANISMOS MAIS EFICAZES E PROFISSIONAIS DE GESTÃO. NESSE CASO, A TRANSPARÊNCIA NÃO É RESULTANTE DE UMA MAIOR GRANDEZA PESSOAL DOS GESTORES, MAS SIM UMA EXIGÊNCIA PARA SE OBTER RESULTADOS MELHORES COM O MESMO VOLUME DE RECURSOS.

Prestações de conta sistemáticas ao final de cada ano, junto com uma estimativa pública do orçamento disponível para o ano seguinte são fundamentais para se estabelecer prioridades, definir programas estruturantes e se fazer escolhas, uma vez que as necessidades ainda são muito maiores do que os recursos disponíveis. A definição de indicadores que permitam aferir periodicamente a eficácia das políticas implementadas também é essencial. AO CONTRÁRIO DO QUE FALAM E ATÉ PENSAM ALGUNS COLEGAS, A GRANDE QUESTÃO HOJE NA UNIVERSIDADE PÚBLICA NÃO É A POSSIBILIDADE DE APROPRIAÇÃO PÚBLICA DE RECURSOS DE ORIGEM PRIVADA, MAS SIM A EVENTUAL POSSIBILIDADE DE APROPRIAÇÃO PRIVADA DE RECURSOS PÚBLICOS.

O bom sistema é o que não dá chance ao gestor de ter a sua probidade testada. Quando indivíduos, E NÃO INSTÂNCIAS COLEGIADAS, podem decidir sobre taxas, sobre renunciar ou não a receitas, sobre a distribuição das oportunidades usando critérios políticos pessoais, surgem as seguintes questões: Quando esse tipo de atitude pode caracterizar um conflito de interesses? Quando esse tipo de atitude pode caracterizar o uso de cargo público para obter vantagens para si ou para terceiros? Qual o limite da ética, a fronteira?

Apesar da UFF estar passando por um processo de afirmação e modernização que é irreversível, este processo poderia (e ainda pode) ser mais dinâmico, dependendo das capacidades de gestão. Sem amplas maiorias, há, grosseiramente falando, duas alternativas para viabilizar a condução da gestão da Universidade - (i) compor uma direção pouco aberta, cuja base de apoio seria formada principalmente através de cooptações pessoais envolvendo cargos, vantagens e os mais diversos tipos de benesses pessoais, financeiras ou não; (ii) uma gestão na qual, a partir de certos princípios mínimos, a Direção compartilharia a gestão, gerando uma maioria que viabilizaria a governabilidade.

Não fazemos juízo moral das pessoas e não vemos a disputa política como uma luta do bem conta o mal. Estamos convencidos, contudo, de que a primeira alternativa para viabilizar a gestão da UFF (e de suas Unidades), mencionada no parágrafo anterior, objetivamente induz a um comportamento menos ético dos dirigentes.

SEM NENHUMA INGENUIDADE E SEM BUSCAR NUTRIR FALSAS EXPECTATIVAS DE MUDANÇAS EXTRAORDINÁRIAS, ACREDITAMOS QUE PODEMOS QUEBRAR VELHOS PARADIGMAS E CRIAR AS BASES DE UM SISTEMA DE GESTÃO MAIS MODERNO, EFICIENTE E TRANSPARENTE. SISTEMA CRIADO PELA NECESSIDADE E NÃO PELO FATO DOS ENVOLVIDOS SEREM SERES HUMANOS MELHORES OU MAIS ILUMINADOS.

MUITOS DOS QUE NOS APOIAM, APARENTEMENTE, TÊM RECEIO DE SE MANIFESTAR PUBLICAMENTE. Temos certeza de que, apesar do evidente jogo de pressões que existe em todo os processos políticos, esse receio é muito mais produto de uma “cultura do medo” já enraizada do que fruto de atos concretos de quem quer que seja. Contudo, UMA UNIVERSIDADE QUE SE CALA É UMA UNIVERSIDADE MORTA. Não lutamos tanto para consolidar a normalidade democrática no país para, no limite, abaixar a cabeça para supostos donos de pequenos poderes dentro da Universidade.

NÓS QUEREMOS A UNIVERSIDADE VIVA. NÓS BUSCAMOS DAR VOZ ÀQUELES QUE ACREDITAM SER NECESSÁRIO BUSCAR ALTERNATIVAS E FAZER MUDANÇAS, muitos dos quais têm algum receio de se manifestar publicamente.

Sonhos? Fantasias? UM NOVO TEMPO EXIGE NOVAS ATITUDES. Alguém já disse há algum tempo que é preciso sonhar. Mas sob a condição de crer em nossos sonhos. De comparar os nossos sonhos com a realidade - e de realizar escrupulosamente a nossa fantasia. Vamos realizar escrupulosamente os nossos sonhos e fantasias com os pés absolutamente plantados no chão.

NÓS FICAMOS UNIDOS NAS CONDIÇÕES MAIS DIFÍCEIS E, CERTAMENTE, PERMANECEREMOS UNIDOS NO FUTURO. NUMA ÉPOCA DO ANO EM QUE SE FALA MUITO EM ESPERANÇA, A BOA NOVA QUE TRAZEMOS É A AFIRMAÇÃO DE QUE ESSE TEXTO NÃO É O EPÌLOGO DE UM EPISÓDIO PARTICULAR NA UFF, MAS SIM O PRÓLOGO DE UMA HISTÓRIA MUITO MAIOR.

Quem viver verá.

Atenciosamente,

Heraldo da Costa Mattos
Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica

sábado, 26 de setembro de 2009

INFORMAÇÕES À COMUNIDADE ACADÊMICA DE VOLTA REDONDA

Prezados Alunos, Professores, Técnicos de laboratórios e demais Técnicos-administrativos,

A seguir encontram-se atalhos para a realização de downloads na rede mundial de computadores (internet – local democrático e de acesso universal) de documentos oficiais, relatórios, vídeos e fotografias de interesse da nossa comunidade acadêmica da UFF de Volta Redonda. Caso algum membro do PUVR queira postar mais algum arquivo nesse espaço onde a censura não existe (não apagamos nenhuma postagem ou opinião), favor nos encaminhar um e-mail (pensamentouffvr@gmail.com) ou entrar em contato com algum dos nossos colaboradores do blog.

I. Documentos Oficiais da UFF

1) RESOLUÇÃO Nº. 323/2006 - EMENTA: Emenda aditiva ao Estatuto e Regimento Geral da Universidade Federal Fluminense relativa aos Pólos Universitários Regionais

http://www.4shared.com/file/135549239/9619dbe7/BS_197_ResCUV-323-2006.html


3) RESOLUÇÃO Nº 324/2006 - EMENTA: Criação do Pólo Universitário de Volta Redonda.

http://www.4shared.com/file/135555434/9b934de0/cuv-resolucao-324-2006.html

4) Regulamento geral das consultas eleitorais (RGCE)

http://www.4shared.com/file/135555429/fc39001c/rgce.html

5) PORTARIAS Nº. 40.802, 40.803, 40.804, 40.805 e 40.806 de 21 de agosto de 2009.

http://www.4shared.com/file/135560750/b89c1ac4/138-2009.html

II. Relatório de Prestação de Contas da Gestão do PUVR sob a direção do Prof. Alexandre José da Silva entre 01/03/2007 e 21/08/2009

http://www.4shared.com/file/134057618/ff24e5ab/Prestao_de_Contas_PUVR_2007_2009.html

Anexo do Relatório de Prestação de Contas do PUVR

http://www.4shared.com/file/134058805/ca73950b/DEMO_NAT_DESP.html


III. Vídeos da reunião entre os alunos, professores, funcionários e o diretor do PUVR ocorrida no auditório da EEIMVR na terça-feira, 22 de setembro de 2009, entre 18h00 e 21h45

1) Vídeo 1

http://www.4shared.com/file/135548046/f2dfe3ba/Reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_2009_video_1.html


2) Vídeo 2

http://www.4shared.com/file/135548387/2b2b2279/Reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_2009_video_2.html

3) Vídeo 3

http://www.4shared.com/file/135549437/752c8a52/Reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_2009_video_3.html

4) Vídeo 4

http://www.4shared.com/file/135549985/700ea1e6/Reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_2009_video_4.html

5) Video 5

http://www.4shared.com/file/135565100/f6b86201/Reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_2009_video_5.html

IV. Vídeos do movimento estudantil em Volta Redonda no dia 22 setembro de 2009 no YouTube

1) Video 1

http://www.youtube.com/watch?v=-s3gKGfPzLU

2) Video 2

http://www.youtube.com/watch?v=F-qPLRp69_A

V. Fotografias da reunião entre os alunos, professores, funcionários e o diretor do PUVR ocorrida no auditório da EEIMVR na terça-feira, 22 de setembro de 2009, entre 18h00 e 21h45.

http://www.4shared.com/file/135555870/f188b599/Fotos_da_reunio_no_auditrio_da_EEIMVR_do_dia_22_09_200





Saudações Universitárias


Pensamento Acadêmico UFF – Volta Redonda
pensamentouffvr@gmail.com

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pensamento Acadêmico UFF - Volta Redonda: PREOCUPAÇÕES COM O PÓLO

É PRIMAVERA EM VOLTA REDONDA

“¡Que vivan los estudiantes,/ jardín de las alegrías! /Son aves que no se asustan /de animal ni policía, / ...” , (Violeta Parra)

Talvez alguns não tenham percebido o aspecto histórico da reunião da última terça-feira, 22/09/09, no auditório da EEIMVR. Bem, o dia marca o início da primavera, e talvez possa por isso no futuro ser chamado de Primavera Estudantil da UFF em Volta Redonda. Para entenderem o que eu quero dizer, é necessário seguir o conselho que alguns docentes deram na reunião e dar uma olhada na história. Mas não apenas nos aspectos que parecem interessar a alguns para insinuarem fundamentarem acusações de cunho pessoal. Mas sim buscar no passado e origens da nossa Escola e, particularmente em uma faceta nem sempre bem contada aos alunos, as explicações do vivemos hoje.

Como muitos sabem, a EEIMVR foi criada em 1961, por iniciativa do então Presidente Jânio Quadros, que logo depois renunciou ao cargo de Presidente da República. Isto lançou a recém criada Escola em grandes dificuldades, só superadas pelo pioneirismo de seus alunos e também de seus primeiros professores. Mas logo depois veio o golpe militar de março de 1964, e o País e suas instituições foram praticamente tomados pelo pensamento e doutrinas militares.

Volta Redonda, a Cidade do Aço brasileira, já antes daquela época, era considerada cidade estratégica e de extrema relevância para a assim chamada “Segurança Nacional”. Nesse clima, nossa Escola, coincidentemente ou não, tinha o seu corpo docente comandado por professores do Instituto Militar de Engenharia-IME, inclusive generais e coronéis, que ocuparam sequencialmente também a Direção da Escola. ( obs. O primeiro Diretor da EEIMVR foi o Prof. Plínio Catanhede, Diretor da Escola de Engenharia da UFF em Niterói).

Não é preciso muita criatividade para se imaginar como eram as relações hierárquicas entre alunos e professores naquele tempo na EEIMVR. Eu não me formei aqui, mas aos que quiserem saber mais detalhes, basta perguntar aos ex-alunos de então, hoje docentes. Em meio às muitas histórias, às vezes engraçadas, os alunos de hoje vão poder saber que as relações entre docentes e alunos já foram às vezes mais difíceis, e outras vezes mais fáceis...

A EEIMVR foi por muito tempo uma Escola praticamente isolada no Interior do Estado do Rio de Janeiro e, por isso, as mudanças ocorridas nas Universidades Federais de todo o Brasil nos últimos 40 anos, inclusive as mudanças estruturais e de comportamento político, sempre demoraram chegar até aqui. Até 2005, a EEIMVR tinha somente uma Direção e dois departamentos, o TMI ( Metalurgia Industrial) e TMC ( Ciência dos Materiais), apesar de já contar com 3 cursos diferentes: Metalurgia, Produção e Mecânica. Com a criação da Eng. de Agronegócios e do Curso de Administração, em 2005, foi criado mais um Departamento, o TAA, que deveria abrigar os dois novos cursos (esse Departamento também teve Chefe “pró têmpore”, embora jamais tenha tido docentes de fato lotados nele. Mas isso é uma outra história...). Tínhamos, portanto, cinco cursos e três Departamentos. É nítida a característica de uma estrutura centralizadora e concentradora das decisões. Além disso, as coordenações dos cursos de Produção e Mecânica, criadas juntamente com os cursos, foram ocupadas por coordenadores não eleitos, indicados pela Direção da Escola e nomeados em caráter “pro tempore”, por mais de 4 anos. Vê-se assim, que mesmo um cargo típica e regulamentarmente eletivo não foi submetido ao pleito dos alunos e docentes. (Interessante, especialmente diante do furor alegadamente democrático demonstrado hoje pelo mesmo grupo que indicou e sustentou por tanto tempo essas coordenações e chefias não eleitas).

Por força de sua história e origens, a Direção de Unidade em Volta Redonda, desde a fundação da Escola, sempre teve uma papel centralizador em detrimento dos Departamentos e Coordenações de Curso. É claro também que isto só foi possível por se tratar durante muitos anos de uma Unidade pequena, até meados dos anos 90 sem ciclo básico, que chegou a ter pouco mais de quarenta professores e menos de cem alunos.

Ainda hoje, com 1600 vagas oferecidas perto de 1200 alunos matriculados, e quase 100 docentes, velhos hábitos de centralização perduram, entre eles a famigerada política de gabinete, onde docentes, funcionários e discentes são chamados aos gabinetes da Direção, vice-Direção, e Departamentos, inclusive antes de reuniões dos Colegiados, para ouvirem sobre versões do que é bom e mau para nossa Escola, ou ainda, sobre quem é bom e mau na nossa Escola.

Pois bem, nessa última terça-feira, os alunos do PUVR deram um basta, no que lhes diz respeito, a esse tipo de política nefanda, e exigiram dos gestores, ex-gestores e docentes da UFF em Volta Redonda que lhes explicassem, ali, na frente de todos, o que está sendo feito sobre os destinos da UFF em Volta Redonda. Queriam saber de laboratórios e conclusão de obras, para começar. Foi realmente um começo, um exemplo dos alunos a nós professores. Uma prova que nossos alunos estão longe de serem “massa de manobra”, que ouve complacentemente versões contadas por alguns que se auto elegem líderes, ou “amigos” dos alunos, como se os demais inimigos fossem. Para mim, que me considero também uma vítima dessa política de gabinete, foi particularmente auspicioso constatar o que eu já sabia há décadas ( pois também já fui aluno!). Que além de Cálculo, Física, Álgebra Linear, Mecânica dos Fluidos, Administração, Contabilidade, etc.., nossos alunos, como adultos e cidadãos que são, têm plena capacidade e autonomia para compreender a complexidade das relações sociais e políticas que os cercam, em particular em nossa Universidade. Dia 22 de setembro de 2009, início da primavera, o dia em que a Política estudantil saiu dos gabinetes da EEIMVR e foi para o auditório. Parabéns aos estudantes, mas ... mantenham-se alertas, pois as estações do ano também são cíclicas!

Alexandre Silva

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PREOCUPAÇÕES COM O PÓLO

Prezados colegas da UFF em Volta Redonda. Aproveitamos o espaço do “PENSAMENTO ACADÊMICO UFF-VR” para nos fazer ouvir por aqueles que se mostram preocupados, como nós, com os rumos de nosso Pólo e suas Unidades. Após 29 meses arcando com a grande responsabilidade de dar rumos ao Pólo Universitário de Volta Redonda, achamos, às vezes, que poderíamos nos sentir um tanto quanto aliviados e tranqüilos, já que, com a ajuda dos muitos que nos apoiaram, a nova Direção do PUVR encontrou um planejamento definido e um projeto em andamento. Esse projeto não é perfeito, ninguém disse que era, mas, uma vez concluído, resolverá problemas já crônicos de infra-estrutura, inclusive laboratorial, e que poderá diminuir várias áreas de atrito e tensões para todos ( seria, desta forma, um projeto “pacificador”?). Então por que não conseguimos nos sentir tranqüilos? É o que tentaremos explicar e dividir com todos vocês.

Uma mudança na Gestão pública não precisa significar uma súbita mudança da Política da gestão. È sempre conveniente não interromper os processos e projetos em andamento, a não ser que haja de pronto substitutivos melhores ou equivalentes aos projetos anteriores. De qualquer modo, espera-se que os novos responsáveis interem-se o mais rapidamente possível sobre o sistema a ser administrado, de modo a dar andamento ao que é urgente, pelo menos. Com esse intuito já apresentamos e entregamos à nova Direção do PUVR documentos referentes à nossa “Prestação de Contas”. As informações mais relevantes dessa documentação, quais sejam, as dimensões do projeto em andamento e demais problemas cuja solução encontravam-se em andamento, já haviam sido apresentadas em meados de julho de forma áudio-visual no Gabinete da Reitoria, com a presença do então futuro Diretor do PUVR, da PROAC e assessores da Reitoria. Já nos colocamos também à disposição da nova Diretoria para a transferência de todas as informações necessárias para o que comumente se chama de continuidade administrativa.

Mas é exatamente este o ponto. Na última quinta-feira (17), em reunião ordinária do Conselho do PUVR, fomos apresentados a uma nova política para a Gestão do PUVR. A Política de realização e estruturação deu lugar a uma política de “pacificação” para ”realização de eleições simultâneas em todos os pólos”. Com relação a esses aspectos meramente políticos, voltaremos a escrever em breve. Mas o que agora nos aflige são outras questões.

Por ter exercido até recentemente a gestão do PUVR, temos ciência e consciência dos atos e providências administrativas que deveriam estar sendo ou ter sido tomados nesse momento. É importante que todos saibam a que me refiro, pois é lugar comum na Administração Pública brasileira, imputar ao antecessor, problemas causados por uma transição administrativa mal planejada e executada.

Identificamos vários pontos como a razão de nossas preocupações. Aqui estão os mais prementes. Todos dizem respeito a ações administrativas previamente planejadas e que deveriam agora estar em andamento para que os projetos do PUVR não fracassem ou sofram grandes dificuldades por falta de recursos perdidos pela falta de providências. Para maior divulgação e consciência de todos, enumero aqui essas medidas:

1) Definição das bancas, definição de datas e demais procedimentos para realização de concursos públicos para as vagas docentes já liberadas e já encaminhados à COPEMAG/UFF. Os cursos de Matemática, Física e Química ( Licenciatura e Bacharelado) foram aprovados no CEP e no CUV e já têm vagas oferecidas no Vestibular UFF 2010. Sem docentes ou sem infra-estrutura, os cursos não poderão ser de fato oferecidos, causando ENORMES problemas para a UFF. Ao invés de agilizar os concursos, a nova Direção do PUVR recolheu de volta de Niterói e “engavetou” o processo que fora encaminhado por nossa Gestão para a criação do Instituto de Ciências Exatas - ICEx, Instituto aprovado pelo Conselho do PUVR, em cujos Departamentos deveriam ser alojados os novos cursos. É importante que todos saibam que, na forma encaminhada, o ICEx não interferia ou afetava nenhum curso ou outra Unidade do PUVR.

2) Preparo e encaminhamento de processos administrativos para realização de cerca de 7 licitações (concorrências públicas) para execução de mais de R$3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais) em recursos do PUVR e a serem liberados pelo do MEC para conclusão do Campus Aterrado. Essas licitações referem-se a equipamentos, serviços e mobiliário para o novo Campus. Uma vez iniciadas, elas têm, fora o tempo necessário para prepará-las, um prazo mínimo de 30 a 45 dias para serem concluídas, o que deve acontecer, também obrigatoriamente, antes do prazo final para realização de empenhos no serviço público. Isto acontece, tipicamente, entre o final de novembro e início de dezembro. Não são licitações simples e sua preparação deveria ter sido iniciada em agosto, quando foi trocada a Direção do PUVR.

3) Termo aditivo para reforma e re-estruturação do térreo e primeiro pavimento do Prédio Edil Patury Monteiro, área que deverá abrigar os laboratórios dos cursos de Engenharia da EEIMVR. Os projetos arquitetônicos (vejam no mural do corredor, ao lado da sala C.21) já estão prontos. É necessária a elaboração da Planilha de Custos para a preparação de re-ratificação ( termo aditivo) contratual, com a empresa construtora. Notem que uma nova licitação com base no projeto atualmente disponível esbarra em aspectos legais, que poderemos explicar com mais detalhe (caso alguém queira saber).

Pessoal, desculpe-nos o longo texto. Mas espero que os que leram até o final, não percam o sono ...

Saudações acadêmicas

Alexandre José da Silva (ajs)

Prof. Associado II da EEIMVR

Ex-Diretor do PUVR

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ESCLARECIMENTOS À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFF

Por ocasião da criação do GREICA (Grupo Especial de Implantação Campus do Aterrado) pela direção do PUVR, fui convidada para exercer as funções de Fiscal de Obras deste grupo. Recentemente, solicitei à nova direção do PUVR, o meu afastamento de Fiscal de Obras do GREICA por motivos particulares. Nessas circunstâncias, a 4ª medição da obra (procedimento gerador do processo de pagamento à empresa construtora) foi realizada sem minha participação e anuência ou de qualquer outro profissional com habilitação em Engenharia Civil e me foi apresentada com incisiva exigência para minha concordância e assinatura em tal documento. Tal situação foi presenciada também por outros colegas docentes.
Creio serem compreensíveis o meu desconforto e as minhas razões para não assinar o documento. A medição para o pagamento de uma empresa contratada pelo serviço público é ato de grande responsabilidade civil e criminal, e que pesam, principal e diretamente, sobre o profissional devidamente habilitado e designado para exercer a fiscalização de uma obra.
Embora documentada apenas recentemente, a minha saída já havia sido comunicada verbalmente à Coordenação do GREICA há cerca de três semanas. Esta comunicação também foi testemunhada pela Supervisão de Engenharia do GREICA. Considero que este tempo, desde a comunicação verbal, pode ser considerado suficiente para quaisquer providências administrativas visando à troca de fiscalização, providências estas que não foram tomadas até o presente momento. A minha participação no GREICA sempre foi voluntária e no sentido de propiciar o crescimento do nosso PUVR, mas creio que a nossa Universidade conta com diversos profissionais habilitados e competentes que podem também colaborar com a Fiscalização desta Obra.

Saudações Universitárias,

Renata Faisca

CONSULTAS JÁ!

Pessoal,

Uma das peças chaves do programa de expansão da UFF é a consolidação dos pólos universitários. Em alguns casos, como em Volta Redonda, o pólo tem um número grande de docentes, funcionários e alunos e é constituído por alguns Departamentos que funcionam há décadas.

Recentemente, o Colegiado do pólo aprovou por unanimidade a proposta de eleições para a sua Direção. Porque não se faz logo a consulta eleitoral?

Apesar de falhas no sistema, ainda não inventaram nada melhor do que a consulta direta para aferir os desejos de uma comunidade. A alternativa, defendida por alguns, seria um sistema de busca feito por comitês externos, com regras claras e mandato para o escolhido. Contudo, a indicação para Direções de Unidades e de Pólos segue regras análogas às para a escolha de Reitor e são regidas por lei. A Lei no 9.192, de 21 de dezembro de 1995, o Decreto no 1.916 da Presidência da República, de 23 de maio de 1996 e o Decreto nº 6.264, de 22 de novembro de 2007, regulamentam o processo de escolha dos dirigentes de instituições federais de ensino superior. Para facilitar o entendimento desses procedimentos, A Coordenação Geral de Legislação e do Ministério da Educação divulgou recentemente a Nota Técnica 448/2009.

O que temos, no momento, é um “buraco” legislativo. Sob o argumento da fragilidade dos pólos, dada a sua juventude, dá-se ao Reitor o direito quase absoluto de nomear e remover Diretores sem comitês externos de busca, sem lista tríplice, sem a necessidade de justificativa pública e sem mecanismos coletivos de controle, acompanhamento e consulta. Creio que é o pior dos mundos. Pode estar em desacordo com a legislação federal. Mesmo bem intencionados, o Reitor e o Diretor nomeado acabam, nesse processo, fragilizando o bem mais precioso de uma universidade pública – a Democracia Universitária. Tenho certeza de que esse sistema quase absolutista de nomeação será uma fonte permanente de tensões e crises na universidade.

É óbvio que, na busca por um maior controle administrativo e estabilidade política, é tentador para um Reitor manter esse poder quase absoluto. Contudo, vale para a universidade o que vale para a sociedade – essas tentações de poder absoluto, compreensíveis, devem ser imediatamente anuladas. É inacreditável que, nessa altura da história do país, as universidades públicas fiquem aquém do resto da sociedade em termos garantias democráticas e representação.

A ilusão de que um Marquês de Pombal do século 21 seria a solução para a gestão de uma universidade pública (incluindo aí, seus Pólos e suas Unidades) é perigosa. Ninguém é perfeito e ninguém é imune às tentações do poder. Por isso mesmo, o sistema legal ideal dentro da Universidade deve impedir que qualquer dirigente sequer seja tentado e/ou testado.

Eu acredito na possibilidade democrática de compartilhamento de poder. É absolutamente viável um sistema de gestão mais moderno, eficiente e transparente. Sistema criado pela necessidade e não pelo fato dos envolvidos serem seres humanos melhores ou mais iluminados. Minha preocupação, no caso dessas indicações sem participação coletiva, é com a possibilidade de se criar um ambiente de descrédito e frustração na Política como instrumento de organizar/modificar a nossa vida acadêmica.

Consultas já para os pólos!

Saudações acadêmicas


Heraldo da Costa Mattos
Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica (Niterói)

Ataque X Defesa: Um desrespeito a todos!

Estava eu assistindo há poucos minutos ao jornal da Globo, quando me deparei com a fala do cineasta e jornalista Arnaldo Jabor ( não que eu goste dele, pelo contrário), mas acredito que retrata o que vivemos.
" Os esquerdistas tomam o poder sob o pretexto da democracia, quando lá estão, implantam uma ditadura (...) Esse é o populismo que vivemos."

Está bem, troquemos o termo "esquerdistas" pelo "burocratas", já que não vem ao caso a discussão esquerda-direita, porém é notório que essa ação citada se repetiu e continua se repetindo ao longo dos tempos, e quem paga o preço pela politicagem de péssima qualidade ( um pleonasmo necessário de tão negativa que é a ação) é sempre a população.

Viu-se na última reunião em nosso Pólo Universitário discursos que feriam totalmente a lógica formal. Pessoas querendo apagar todo um passado e começarem do zero, ou pelo menos dizem que querem começar. Jogam fora toda uma história por questões mesquinhas, esquecem que a Universidade é um lugar de se produzir conhecimento e formar cidadãos, cidadãos decentes, honestos, direitos. Mas, como fazer isso se os próprios formadores de caráter usam a instituição de ensino para as suas próprias benécies?

Como sempre, na história, quem acaba sofrendo é o povo. Os burocratas tomam o poder, prometem um rio de ouro, e provocam rios de lágrimas, lágrimas de tristeza, de sonhos jogados fora. Em uma Universidade, o povo somos nós, alunos, professores, funcionários, todos temos sonhos, sonhos que no momento afundam por incompetência alheia.

Dizem que precisamos popularizar a Universidade. Mas cabe a pergunta, qual Universidade? Uma Universidade onde todos falam a verdade, onde todos estão comprometidos com o ensino, com a pesquisa, com a modelagem do caráter do ser humano, com a formação profissional, ou a Universidade de discursos desencontrados, de politicagem descarada, de conversas de canto de corredor, de metáforas descabidas e sem sentidos que não se vê nem em "peladas de finais de semana", pobre futebol! Se Telê Santana estivesse vivo...Qual delas queremos popularizar? Se for a última, dessa ninguém precisa!

É triste ver uma instituição com tanto potencial chafurdar no pântano da ignomínia, enquanto pessoas de bem ficarem afastadas das instâncias máximas de poder, continuaremos em situação vergonhosa e chegará o dia em que perderemos o orgulho de falar que fazemos parte desta família, a família do Pólo Universitário de Volta Redonda. Queremos sim, laboratórios, ensino de qualidade, pós-graduações, e acima de tudo honestidade! E não politicagem, incoerência e desrespeito!

Jean Pinheiro

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As Instituições e a Utopia Humana

Ainda que eu não seja um profissional de humanas, creio que à medida que o homem começou a se organizar em sociedade veio juntamente a criação das instituições que a viabilizariam. Estas instituições, sendo tocadas por um grupo de indivíduos, cumpririam o papel de serem mediadoras dos desejos da coletividade. A teocracia, a democracia, as religiões, as leis, as escolas, etc.. todas estas intituições objetivam prover a sociedade de elementos que possibilitam a convivência social, torna a convivência social possível e, também, suportável.
Contudo, um problema se põe: a quem cabe o direito de execrcer o poder nestas instituições? A todos? A algum grupo específico? Os gregos cunharam a expressão democracia para afirmar que o verdadeiro poder da instituição vêm do povo: é o governo do povo. Sabemos que na democracia grega os escravos estavam excluídos do processo de tomada de decisões, privilégio dos ditos cidadãos, mas ainda assim o cerne da idéia de democracia permeia hoje o ideário político moderno. Porém, qualquer que seja a forma de organização social, a história está repleta de exemplos (se não toda ela) de lutas sangrentas pela conquista do poder nas instituições. Mas isto não impediu que o ser humano, em sua utopia, sempre idealizasse novas instituições que tornassem possível o sonho de uma sociedade melhor.
A utopia humana está presente nas mais diversas esferas, além da política e econômica, e aqui entra o ponto central deste pequeno texto: a utopia na educação. Acredito que as instituições que melhor traduzem as nossas utopias no âmbito da educação são as instituições públicas de educação superior. Elas são detentoras da grande maioria dos cursos melhores avaliados e detém quase toda a pesquisa que é realizada no país. Além da qualidade do ensino, são gratuitas e laicas e se elas não atingem uma maior parcela da população brasileira é devido ao grande abismos que existe entre a educação pública e a privada a nível de ensino fundamental e médio.
Sob o ponto de vista de serviço a população, uma universidade pública cumpre em plenitude sua função quando realiza sinergicamente e de modo igual atividades de pesquisa, ensino e extensão. É neste tripé que se sustenta a função destas instituições, e é na sua realização plena - além da manuntenção da gratuidade, da laicidade e da qualidade de seus serviços - que reside sua utopia. Porém, como nas demais instituições humanas, também dentro das universidades se trava uma luta permanente pelo poder, aqui entendido como a administração de sua estrutura em todos os níveis possíveis: dos departamentos a universidade como um todo. Dentro do jogo democrático, o embate de idéias e visões é benéfico, e a alternância de poder entre grupos de diversas visões é um termômetro de sua "saúde democrática". Infelizmente não é esta a regra: existe claramente dentro das universidades grupos que cuja característica é que seus indivíduos centram suas atividades com foco maior numa das três atividades supra mencionadas, bem como existem indivíduos cujo foco é a administração pela administração, ou seja, focam suas atividades apenas no poder. É a regra da política se repetindo em diferentes esferas, em particular na educação.
Desnecessário dizer que grupos que almejam "o poder pelo poder" não tem pejo nenhum em lançar mão de qualquer estratégia que permita alcançar seus objetivos. No caso particular das universidades, vemos que este projeto vai de encontro com suas atribuições, na medida que em nome do poder a utopia só existe quando esta está a favor, e não contra, dos planos de conquista. E assim uma parcela, digo significativa, da comunidade universitária se vê alijada de seus sonhos, da realização plena de suas funções, simplesmente devido a um jogo de poder mesquinho que se estabelece. Assim a universidade, que deveria ser uma espécie de aliada na conquista de uma sociedade justa, se vê refém das mesmas injustiças que grassam a já maltratada sociedade, a mesma que com seus suados impostos pagam a conta de toda esta sujeira, ajudando assim a perpetuar o atual status quo.
O que precisamos para mudar isto? De homens verdadeiramente públicos, que tenham respeito a todo dinheiro que a sociedade investe nas universidades, e ao mesmo tempo que ainda pactuem da utopia da universidade. O curioso que no discurso para se manter o poder, estas são sempre as qualidades que os políticos de plantão propagandeiam de si mesmo, sempre se mostram como aqueles que trarão a universidade a sua função plena! Como separar o joio do trigo? Simples: veja o histórico de cada um. Se neste histórico aparecer uma vida devotada ao ensino, a pesquisa e a extensão, com RECONHECIDA contribuição nestas esferas, este é um primeiro indicativo de que o pleiteante tem coerência com os ideais universitários. Os outros? Veja a sua volta: sua equipe tem que apresentar currículo parecido. E, por fim, veja se ele não é uma figura corriqueira nos círculos de poder: são como urubus em torno de uma carniça e, com tristeza constato, é nisso mesmo transformam a universidade com suas PULHIticas: numa carcaça malcheirosa.
Somente o diálogo sincero e aberto de idéias, e não conversas de gabinetes, e a constante vigilância de todos os membros da universidade sobre o que acontece na mesma, que teremos enfim uma universidade que não precisa ser a utópica, mas que seja pelo menos um espaço democrático de troca de idéias, respeito ao bem público e sintonizada com o papel para o qual ela foi designada.
Cordialmente,
Adriano de Souza Martins

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A valorização dos professores na nossa sociedade

Nos últimos dias temos observado uma série de propagandas do governo federal incentivando a carreira docente. O foco desta campanha tem como objetivo principal o recrutamento de jovens vestibulandos para a formação de novos professores que se dediquem principalmente nos ensinos fundamental e médio. Antes de tudo, devemos reconhecer o esforço do MEC nesta difícil e importante tarefa. Afinal de contas, sabemos que uma grande parte dos problemas do nosso ensino reside na falta de qualificação, remuneração e condições dignas de trabalho dos nossos mestres. Por outro lado, as perguntas que estão sendo vinculadas ao material do MEC e veiculadas nos meios de comunicação poderiam descrever bem os atuais dilemas que o crescimento tem causado ao nosso Pólo Universitário de Volta Redonda (PUVR). Por exemplo, perguntas como “Onde você trabalha, as pessoas sempre te dão as opiniões mais honestas?”, “Fazem perguntas que ninguém pensaria fazer?” ou ainda, “Você consegue debater com gente que realmente quer formar sua própria opinião?”, fazem um enorme sentido quando fazemos questionamentos em relação ao futuro bastante próximo dos cursos do ICex (Instituto de Ciências Exatas). Este Instituto deverá formar bacharéis e licenciados para prover a nossa sociedade de mestres qualificados e conscientes do seu importante papel na nossa sociedade. Contudo, as frases reproduzidas anteriormente servem para refletir o status quo da comunidade acadêmica de Volta Redonda. Neste momento, deveríamos nos pautar numa discussão saudável e com o objetivo de um pleno e sustentável crescimento da UFF na região Sul-Fluminense. No entanto, vemos o discurso de uma velha e desgastada oligarquia apontar que o principal problema do ICex reside apenas no conceito de que a idéia do novo Instituto deveria ter sido nucleada no Departamento de Ciências Exatas (VCE) da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda (EEIMVR). Não seria este o momento para discutirmos como sugerir e implementar novas ferramentas didáticas, expandir os laboratórios de ensino e pesquisa ou até mesmo divulgar os novos cursos de física, química e matemática do PUVR junto a nossa sociedade? Devemos acreditar que o momento é único e muito oportuno para darmos soluções para a criação deste Instituto e não ficarmos observando retóricas recheadas de ilações apoiadas nos possíveis problemas naturais que sempre acompanham toda etapa de crescimento.
Saudações Universitárias
Fabrício Lins

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sejam Bemvindos Membros da Comunidade da UFF em Volta Redonda

Este espaço virtual e democrático será destinado a apresentação do pensamento acadêmico de educadores, alunos e funcionários da UFF em Volta Redonda.

Aqui serão discutidos periodicamente temas ligados à Educação, Pesquisa, Extensão, Inovação e a Formação de Recursos Humanos nas áreas de tecnologia e humanidades associadas às demandas da Região Sul-fluminense.

O Grupo Moderador deste espaço será constituído inicialmente dos seguintes docentes:

- José Adilson de Castro;
- Fabrício Lins;
- Luiz Carlos Rolim Lopes
- José Flávio Feiteira;
- Renata Faísca;
- Alberto Paiva;

Convidamos, pois, os membros de toda a comunidade acadêmica e também os representantes da sociedade a iniciar suas postagens.

Saudações Universitárias