segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brasil tenta atrair mais estrangeiros para universidades

Hoje, colombianos e peruanos lideram a demanda de fora por educação superior
As principais universidades brasileiras querem aumentar o número de alunos estrangeiros na graduação e pós-graduação no país. O total de estudantes de outros países em grandes universidades do mundo, como as americanas Columbia, Harvard e Stanford e a britânica Cambridge, giram em torno de 20%, somando graduação e pós-graduação.

Na USP, Unesp e Unicamp -que estão entre as principais universidades do país e, juntas, somam mais de 50% da produção científica nacional- a fatia de estrangeiros está em torno de 2%.

"Estamos aumentando o escritório de internacionalização e triplicando o número de funcionários", contou o reitor da Unicamp, Fernando Costa, à Folha.

Lá, boa parte dos atuais 533 estrangeiros são da Colômbia (155) e Peru (126). Para ele, é preciso ter infraestrutura para atender esses alunos, "coisa que já existe nas universidades europeias e americanas".

A agrônoma uruguaia Cecilia Gianoni concorda. Ela decidiu fazer doutorado no Brasil depois de alguns trabalhos em cooperação com a Unicamp. "A infraestrutura é boa, mas a burocracia é maior do que na Argentina, onde fiz mestrado", conta.

Parte desse arcabouço necessário é o sistema de bolsas de estudos. As duas principais instituições de fomento à pesquisa nacionais, Capes e CNPq, oferecem juntas quase 2.000 bolsas para estrangeiros na pós-graduação no país, a maioria de países da América Latina, em especial Peru e Colômbia.

"Estamos pagando para formar estrangeiros? Não é isso. Trata-se de um trabalho de colaboração", diz Vahan Agopyan, pró-reitor de pós-graduação da USP -na qual a internacionalização também está sendo priorizada.

Agopyan lembra que a ideia também é enviar estudantes brasileiros para fora do país. Hoje, USP e Unicamp têm cerca de 2,5% dos alunos da pós-graduação com experiência internacional. A Unicamp quer chegar a 15%. Já a USP não fala em números específicos.

O corpo docente também tem sido alvo das políticas. Para atrair os professores de fora, a Unicamp espalhou anúncios em revistas internacionais e já recebeu mais de 150 pretendentes. "A meta é ter professores estrangeiros em áreas deficitárias no Brasil", diz o reitor da Unicamp.

Aulas em inglês, como ocorre nas grandes universidades internacionais, não estão nos planos ainda. Mas a hipótese não está descartada. "Isso não fere a identidade nacional", diz Agopyan.

A USP já tem uma pós-graduação internacional, em Piracicaba, totalmente em inglês, e em parceria com instituições dos EUA. Talvez seja apenas a primeira.
(Sabine Righetti)
(Folha de SP, 24/7

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O longo caminho da pesquisa científica

Muitos cientistas brasileiros optam por recusar carreiras internacionais em nome do desenvolvimento do país. É uma luta árdua, porém. Investimentos na área crescem, mas ainda são insuficientes. Especialistas pedem que empresas apostem em pesquisa
O sonho de ser cientista quase sempre começa na escola, seja na descoberta do sistema solar, na tradicional experiência do broto do feijão ou nos kits de química vendidos em bancas de jornais. Depois chegam os estudos, as especializações e muitas, muitas horas de pesquisa em laboratórios.

Além dos desafios práticos da profissão, no Brasil é preciso lutar ainda mais arduamente por um lugar no mundo da ciência. Muitos buscam outros países para fazer mestrado, doutorado ou pós-doutorado e depois voltam para tentar aplicar na terra natal os conhecimentos adquiridos.

Nos últimos oito anos, o investimento na área cresceu muito pouco. Os especialistas avaliam que ainda faltam dinheiro e decisão política de apostar fortemente na área para que a ciência brasileira possa dar um salto. Mesmo assim, muitos brasileiros optam por recusar oportunidades no exterior para permanecer no país e dar sua contribuição.

Para o brasiliense Sidarta Ribeiro, a paixão pela ciência começou cedo. A influência de um tio cientista amador, do livro Cosmos, de Carl Sagan, e dos filmes de Jacques Cousteau o fez interessar-se ainda mais pelas aulas de física, biologia e matemática. "No meio do ensino médio, comecei um estágio voluntário no laboratório de microbiologia da Universidade de Brasília, com os professores Loreny Giugliano e Isaac Roitman, e nunca mais saí do ambiente científico", conta.

Depois de se formar em biologia, Sidarta fez um mestrado em neurociência na Universidade Federal do Rio de Janeiro e partiu para os Estados Unidos. Lá, fez um doutorado em neurociência na Universidade Rockefeller e um pós-doutorado na Universidade Duke.

"Saí do Brasil com a decisão de regressar, e trabalhei todo o tempo para construir as condições de retorno. A ciência praticada nas melhores universidades do mundo é extremamente dinâmica e rica", afirma o professor, especialista em estudos dos sonhos. Após 11 anos no meio científico norte-americano, ele foi convidado para fundar o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao lado do professor Miguel Nicolelis.

O investimento no desenvolvimento em pesquisa, tanto no setor público quanto no empresarial, subiu de R$ 29 milhões para R$ 43 milhões, de 2000 a 2008. Para Luiz Davidovich, professor do Instituto de Física da UFRJ e coordenador-geral da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que vai definir a política pública para a ciência nos próximos 10 anos, em conjunto com o governo federal, os avanços são visíveis.

"Os investimentos aumentaram a complexidade do sistema, incentivaram a criação de secretarias estaduais e municipais. As publicações brasileiras estão aparecendo com destaque no mundo", defende.

Visita transformadora

Aos 15 anos, a pesquisadora Tania Araújo-Jorge fez uma visita a um museu de ciência em Munique que mudou sua vida. "Aquilo me marcou muito e desde então sabia que iria seguir esse caminho. Fiz vestibular para medicina e fui logo trabalhar com pesquisa em laboratório", conta a diretora do Instituto Oswaldo Cruz.

Com pós-doutorado na Universidade Livre de Bruxelas e no Instituto Curie de Paris, ela se especializou em desenvolver inovações terapêuticas para a doença de Chagas. "Fazer uma especialização no exterior foi uma experiência positiva e uma oportunidade de poder trabalhar de igual para igual com outros cientistas. Fui com intenção de voltar e depois de desenvolver um grupo aqui. O meu país investiu para que eu estivesse lá e foi meu compromisso retornar", diz.

Para o cientista paulistano Sandro José de Souza, um pós-doutorado em Harvard, nos Estados Unidos, foi peça-chave na carreira. Ele trabalhou com o prêmio Nobel de Química Walter Gilbert na área de bioinformática e, depois do treinamento, voltou para o Brasil para trabalhar com genômica no Instituto Ludwig de Pesquisa Sobre o Câncer.

"Nunca passou pela minha cabeça ficar lá. Queria voltar. Acho importante, porém, incentivar os cientistas a saírem para ter uma experiência internacional, perder a percepção de que nós não somos tão bons quanto eles e para perder o medo de competição. A gente volta com uma atitude nova e o país só tem a ganhar com isso", afirma.

Com dois pós-doutorados, um nos Estados Unidos e outro na Suíça, o neurocientista Renato Malcher-Lopes, especialista em controle hormonal da atividade cerebral, precisou voltar para Brasília por uma questão familiar. Depois de ficar quase um ano desempregado, entrou na área acadêmica.

Para ele, o desenvolvimento da ciência aqui ainda é muito mais tradicional e burocrático do que em outros países. "Existe uma situação paradoxal: a pesquisa é muito forte e os grupos estão mais amadurecidos, mas o sistema de recursos é muito centrado na experiência prévia com estudos, o que favorece os que já estão estabelecidos; isso, por sua vez, faz com que, se alguém chega com uma técnica nova, tenha um problema de infraestrutura", comenta.

Ter a chance de comandar um laboratório para colocar suas pesquisar em prática, como aconteceu com Sidarta, ainda é um privilégio. Para quem faz um pós-doutorado no exterior, a volta nem sempre garante condições para se estabelecer.

"Cabe ao governo uma ação para trazer esses cientistas para trabalharem aqui no Brasil. A China está atraindo os jovens formados no exterior com todas as facilidades. Eles começam a trabalhar com equipamento de primeiríssima qualidade e salários convincentes. É um exemplo que devemos seguir", diz Luiz Davidovich. Em 2003, quando o governo Lula começou, o número de bolsas para cientistas no Brasil e no exterior não passava de 14 mil. Hoje, chegam a 42 mil.

A vez das empresas

Para Carlos Henrique Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o processo de crescimento foi e deverá ser longo. "A visibilidade da ciência brasileira tem crescido, mas é um efeito cumulativo de um esforço que aconteceu nos últimos 50 anos. A comunidade científica ainda é muito pequena. O Brasil precisa criar mais e melhores instituições", analisa o físico. "Temos um caminho muito longo pela frente e precisamos nos mover com uma certa velocidade. Estamos atrás de países como a China, a Índia e a Coreia do Sul e temos o mesmo potencial", argumenta.

Outro ponto importante defendido pelos especialistas é conseguir estimular os empresários a investirem na ciência. De acordo com dados do Ministério de Ciência e Tecnologia, 76,7% dos pesquisadores estão ligados a uma instituição de ensino superior e 3,1% estão no governo. Apenas 19,8% estão no setor empresarial.

"O número de artigos científicos é significativo, mas o de patentes não", diz Cruz. Para ele, a solução passa pelas empresas aumentarem o investimento em pesquisa. "Se não mudarmos o pensamento, o ambiente econômico, não adianta nada. Se a infraestrutura é ruim e a taxa de juros é enorme, o empresário não vai investir", explica Cruz.
(Tatiana Sabadini)
(Correio Braziliense, 18/7)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Carência de professores de ciências exatas e biológicas nas escolas do país ainda é grande

Muitos alunos da rede pública não têm nota de matemática nem de física porque não tiveram aula dessas disciplinas, mostra reportagem do "Fantástico" deste domingo, dia 11



Tiago dos Santos, de 15 anos, teve que fazer um trabalho de física, no primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual em São Paulo. Como, em 2010, não teve nenhuma aula da matéria, apelou para internet. "Eu não tenho a mínima idéia do que seja física", diz o estudante.

Laine Lima, 14 anos, no Tocantins, enfrenta problema parecido. "O professor de matemática era o mesmo professor de física. Aí saiu o professor de matemática e ficamos sem matemática e física", conta a aluna.

Reportagem do "Fantástico" [programa dominical da TV Globo] percorreu as cinco regiões do país e constatou: nas escolas públicas brasileiras, falta gente para ensinar ciências exatas e biológicas, principalmente no ensino médio. Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) divulgou que esse nível de ensino foi o que se saiu pior no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb.

O resultado é uma consequência do que governo já tinha apurado em 2008. Quando um levantamento do MEC mostrou um déficit de 240 mil professores da quinta série ao ensino médio. As áreas mais críticas eram, justamente, física, química e matemática. De 2008 até hoje, o governo vê algum avanço.

"Essa falta de professores começa a diminuir, mas ainda muito lentamente. Há hoje uma política muito estruturada para garantir que os jovens procurem as licenciaturas, para que os jovens se tornem professores", diz a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.

Veja a íntegra da reportagem, em vídeo:
(Fantástico, 11/7)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Regulamentado o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais

Decreto que institui o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) dispõe sobre o financiamento compartilhado dos Hospitais Universitários Federais entre as áreas da educação e da saúde

A regulamentação do decreto foi feita por Portaria Interministerial, dos ministérios da Educação (MEC), da Saúde (MS) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), publicada nesta terça-feira, dia 6, no Diário Oficial da União.

A portaria relaciona os hospitais integrantes do Rehuf e também cria o Comitê Gestor do programa. O comitê será formado por representante do MEC, do MS, do MPOG, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), dos hospitais participantes, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

A Unidade Executiva do programa será a Diretoria de Hospitais Universitários e Residências em Saúde da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC.

Veja a íntegra da portaria interministerial em http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=17&data=06/07/2010

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4. Nova diretoria da Andifes apresenta pautas ao ministro da C&T

Representantes da nova Diretoria Executiva da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior reuniram-se com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na última quarta-feira (30/6)
Participaram do encontro o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil (UFG), o 2º vice-presidente, Alvaro Prata (UFSC), e o suplente Targino de Araújo Filho (UFSCar), além do secretário executivo do MCT Luiz Antonio Rodrigues Elias, do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ronaldo Mota, do chefe da Assessoria de Coordenação dos Fundos Setoriais, Antonio Ibañez, e do chefe de gabinete do ministro, Alexandre Navarro.

Além da apresentação da nova diretoria da Andifes, os reitores apresentaram algumas pautas ao ministro Sergio Rezende. A primeira delas foi a edição de uma medida provisória (MP) que regularia o repasse de verbas das Universidades para Fundações de Apoio à Pesquisa.

O ministro informou que a MP foi fechada e que, segundo informações da Casa Civil, só depende do Presidente Lula assinar. "A informação que temos que é não há, no momento, qualquer obstáculo sobre o conteúdo da medida. O fato importante é que não há divergência no governo", afirmou Rezende.

Outra pauta discutida foi o Fundo de Infra-Estrutura (CT-Infra), um meio de viabilizar a modernização e ampliação da infra-estrutura e dos serviços de apoio à pesquisa desenvolvida em instituições públicas de ensino superior e de pesquisas brasileiras, por meio de criação e reforma de laboratórios e compra de equipamentos.

Segundo os reitores, há expectativa na comunidade universitária de recursos adicionais para este Fundo. O ministro esclareceu que não há orçamento, mas que se houver alguma folga, devido a projetos que eventualmente não estão progredindo, podem-se autorizar aditivos a outras iniciativas. Sergio Rezende afirmou que aguarda sinalização da Finep sobre o quantitativo de recurso que ela precisará empenhar.

Inovação

O presidente da Andifes ressaltou que a questão da inovação tecnológica está crescendo nas universidades e que os resultados começam a aparecer. Segundo ele, um importante instrumento neste processo é uma política para incentivar os parques tecnológicos. "Temos universidades que, por razões históricas, têm seus parques. Uma série de outras querem construir", explicou o reitor da UFG.

Edward Madureira Brasil defendeu a importância de se trabalhar uma estratégia para os parques tecnológicos, até como um meio de contribuir para a fixação de pessoal nas universidades. O ministro Sergio Rezende explicou que o MCT tem feito "estudos de viabilidade" para a implantação dos parques, que segundo ele é a primeira ação a ser feita. Ele lembrou ainda que algumas empresas já descobriram o "caminho", que é colocar emendas no orçamento do ministério para a construção destes instrumentos. Segundo Rezende, há casos assim na Bahia, Sergipe e Pernambuco.

PAPG

Os diretores da Andifes falaram ainda sobre a importância do Plano de Apoio à Pós-Graduação, o PAPG-Ifes, como uma importante ferramenta para consolidar a o movimento de interiorização das universidades federais. O ministro da C&T afirmou que há ações concretas nesse sentido, como edital específico da Finep para apoio à infra-estrutura em campi do interior e a concessão de bolsas, por parte do CNPq, para os aprovados no interior.

O presidente da Andifes agradeceu a recepção do MCT, destacou a possibilidade de interlocução com o governo e os avanços alcançados: "Percebemos muito claramente o bom momento, o ambiente positivo na universidade. O sistema ganhou coesão", afirmou Edward Madureira Brasil.
(Assessoria de Imprensa da Andifes)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Autonomia universitária é definida como pauta principal da reunião dos reitores com Lula

Autonomia universitária é definida como pauta principal da reunião dos reitores com Lula

Dirigentes das instituições federais de ensino superior (Ifes) reúnem-se com o presidente no próximo dia 19 de julho
A Diretoria Executiva da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) teve audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na semana passada, para definir a pauta da reunião dos reitores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agendada para o próximo dia 19.

Participaram da reunião o presidente da Andifes Edward Madureira Brasil (UFG), o 1º vice-presidente João Luiz Martins (Ufop), o 2º vice-presidente Alvaro Toubes Prata (UFSC), o suplente da diretoria Targino de Araújo Filho (UFSCar), a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder (UFMT) e o reitor José Geraldo de Sousa Júnior (UnB).

Na visão da Andifes, a principal pauta a ser tratada com o presidente é a autonomia universitária. Depois de cerca de um ano de discussões entre MEC e Andifes, uma série de medidas em relação ao tema foi formulada, para dar mais agilidade, autonomia e transparência à gestão das universidades. Porém, segundo o presidente da Andifes, a tramitação destes documentos preocupa.

O ministro da Educação Fernando Haddad assegurou que o tema é de conhecimento do presidente Lula, que está disposto a assinar as medidas. Ele afirmou que a idéia é assinar o decreto da autonomia na reunião do dia 19. "Posso garantir a vocês que vai sair o decreto da autonomia. Eu conheço o Lula, ele não deixa a Presidência sem assinar isso", atestou Haddad.

O decreto altera dispositivos referentes à gestão financeira e orçamentária das universidades federais permitindo, por exemplo, o remanejamento de recursos não empenhados de um ano fiscal para o seguinte e o remanejamento de recursos entre rubricas das instituições. Ainda estaria incluído o banco de técnicos-administrativos equivalentes, instrumento que daria maior agilidade à reposição de técnicos, quando da vacância de cargos.

Além do decreto da autonomia, também será pauta da reunião com o presidente Lula a assinatura de uma medida provisória e de um decreto que disciplinam o relacionamento das universidades com as fundações de apoio à pesquisa, documentos também já discutidos entre MEC e Andifes.

Para acertar todas as questões, o ministro marcou audiência com o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) João Bernardo. Nos próximos dias 7 e 14 de julho, o ministro também receberá o presidente da Andifes Edward Madureira Brasil para acompanhamento das tratativas.

Hospitais universitários

Outra preocupação dos reitores já levada ao conhecimento do Presidente Lula, assim como a pauta da autonomia, é a situação dos Hospitais Universitários. Depois da reunião com a Andifes em 2009, o presidente instituiu o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), cujo decreto de regulamentação foi publicado nesta terça-feira (6/7). (leia notícia 3 nesta edição)

Haddad se comprometeu a também discutir este assunto no MPOG. O presidente da Andifes reiterou ao ministro da Educação que a entidade está disposta a participar das negociações. "A Andifes está de prontidão, é só acionar", ressaltou Edward Madureira Brasil.
(Assessoria de Imprensa da Andifes)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O círculo do mal da educação brasileira

por artigo de Paulo Ghiraldelli Jr.

"Para que o recém-formado na universidade pública se dirija à escola pública e lá fique trabalhando, o salário precisa ser equiparado ao salário de entrada na universidade pública. Fora disso, conversar sobre política educacional no Brasil é perda de tempo"

Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo, escritor e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

Quem sai de um curso de licenciatura de uma faculdade particular, não raro se dirige ao mercado de trabalho e, se continua a vida no que se formou, acaba trabalhando como professor na escola pública ou particular de ensino básico. O egresso da universidade pública, por sua vez, se dirige para o mestrado e depois para o doutorado e, então, volta como professor para a universidade pública.

Esse círculo nada virtuoso está longe de qualquer abalo. Ao contrário, ele parece que até está se tornando a regra geral, com poucas exceções, em nosso país.

A hora-aula do professor do ensino público básico está em torno de sete reais. Não há uma profissão mais mal remunerada que a de professor do ensino público básico e, por isso, com tamanha falta de atratividade por parte da escola básica, os mais bem formados como professores nem pensam em trabalhar nela.

Os que se formam nas licenciaturas das universidades públicas podem não ser gênios eruditos, mas rapidamente se percebem tão melhores que a maioria dos formados em faculdades particulares que, então, desistem logo de ir para o mercado de trabalho da profissão. Os desejosos de exercer a profissão, nessa elite, se encaminham rapidamente para o ensino superior público onde iniciam com o salário que seria o correto - e talvez o mínimo - para o professor da escola básica.

Como prioridade, não há qualquer medida a ser tomada para a melhoria da educação brasileira que não seja a de se tentar quebrar esse círculo maldito. O professor melhor formado precisa voltar para o ensino básico público. Para que o recém-formado na universidade pública se dirija à escola pública e lá fique trabalhando, o salário precisa ser equiparado ao salário de entrada na universidade pública. Fora disso, conversar sobre política educacional no Brasil é perda de tempo.

Os presidenciáveis que estão aí não tocam nessa questão. Não são sérios. Nenhum deles sabe o be-a-bá das necessidades da política educacional brasileira. Pelo que mostram, não sabem e ainda por cima estão pessimamente assessorados na área educacional. Na corrida presidencial, falam em ensino técnico - a última coisa que deveria ser lembrada agora.

Mas não se pense que são só eles os ignorantes. Há ignorância também no interior da própria universidade pública a respeito desse círculo. Isso fica claro quando se escuta alguma voz universitária dizendo que a universidade está "distante da realidade" e que as licenciaturas estão "de costas para a sociedade".

As licenciaturas da universidade pública não precisam se aproximar da sociedade por meio de uma invasão da escola pública básica. Caso seja para pesquisa, tudo bem. Mas, lotar a universidade de atividades que visam resolver diretamente o problema do ensino básico é uma bobagem. A universidade forma professores e ponto. Os alunos das universidades, uma vez formados, devem se dirigir à escola básica. É assim que a universidade, na parte das licenciaturas, se relaciona com a sociedade. Cabe à política educacional viabilizar a chegada dos formados nos lugares que devem chegar.

Não cabe fazer a universidade olhar para o não funcionamento da escola básica pública e, então, querer substituí-la, seja ou por intervenção direta ou por cursos para professores já formados etc.

Aliás, o ministro Fernando Haddad está completamente equivocado em sua ação de fornecer pequenas bolsas para os professores universitários, tirando-os da pesquisa e do ensino a que já estavam destinados, para colocá-los para refazer o que supostamente não foi feito. Essa idéia de remendar a formação dos professores da rede de ensino básico é infeliz. Isso não é política educacional séria.

A política do ex-ministro Paulo Renato, agora na secretaria de Educação do Estado de São Paulo, também não é apresentável. Pois, nesse caso, não é só "cursinho da recapacitação" ou de "atualização" que a secretaria de São Paulo diz que quer promover; o que há é, sim, um sistema de provas que visa reprovar o professor, desprestigiando-o, e então recontratá-lo e colocá-lo na sala de aula com o título de "professor reprovado". Isso, realmente, não é política nenhuma, é apenas "bullying" contra o professorado. É intimidação para quebrar a coluna do movimento sindical. É briga política baixa.

Nem é de bom senso aceitar a ideia, desse mesmo secretário, da "promoção por mérito" para os professores que já são efetivos - pois do modo como São Paulo fez os beneficiados serão tão poucos e a tão duras penas que isso não provocará nenhum impacto positivo na rede.

É preciso enxergar com competência as funções do ensino superior na sociedade ocidental. O ensino superior não alfabetiza. O ensino superior não ensina no sentido da reprodução, como, em geral e corretamente, deve fazer o ensino básico. O ensino superior trabalha com a pesquisa e, por conta da evolução desta, ensina. Quando desconsideramos as especificidades da universidade e queremos que ela resolva, por ela própria, os problemas gerados pela falta de política educacional dos governos em relação ao funcionamento da escola básica, não melhoramos nada, ao contrário, criamos é mais confusão no sistema como um todo.

Poderíamos enxergar tudo isso. Mas há um bloqueio dos olhos por força das emoções ou, melhor, da covardia. Não queremos ver que estamos no que estamos. Não queremos ver que nossos políticos não sabem nada de educação. Estamos a cada dia aceitando mais e mais esses mesmos políticos, cada dia piores quanto ao entendimento dos problemas da política educacional. Eles escolherão secretários de educação e ministros da educação que, enfim, serão talvez os que, dentro da universidade, comungam com eles a mesma ignorância.




quarta-feira, 7 de julho de 2010

CNPq presta esclarecimentos sobre importações científicas

Matéria publicada na "Folha de SP" gerou questionamentos quanto ao real papel do CNPq na importação de insumos e equipamentos científicos para pesquisa
Leia a nota divulgada pela Assessoria de Comunicação do CNPq:

"Matéria publicada pela Folha de S. Paulo no dia 3/7, com o título "Nova regra dificulta ainda mais importação científica", gerou uma série de questionamentos por parte da comunidade científica quanto ao real papel do CNPq na importação de insumos e equipamentos científicos para a pesquisa.

Cabe esclarecer que o principal papel do CNPq é credenciar instituições e pesquisadores para fazer importações com o benefício da isenção de impostos. São cerca de 430 instituições e 4.334 pesquisadores credenciados. Nas importações operacionalizadas pelos credenciados, os licenciamentos de importação são registrados pelas próprias instituições ou pesquisadores e têm que ser analisados e confirmados pelo CNPq, que verifica compatibilidade de itens e quantidades. Por mês, são analisados cerca de sete mil licenciamentos de importação que totalizaram, em 2009, cerca de 590 milhões de dólares importados por instituições de pesquisa.

Assim, a maioria destas importações (98%) é feita diretamente pelas instituições e pesquisadores credenciados e o CNPq apenas verifica e autoriza as importações. Historicamente, o CNPq ainda ajuda instituições que tenham dificuldades de realizar importações próprias, realizando todo o processo de importação, incluindo o desembaraço em Brasília e subsequente transporte (aéreo e terrestre) até o destinatário. Estas operações totalizaram, em 2009, 11,8 milhões, ou seja, cerca de 2% do total de importações que o CNPq autorizou.

O CNPq, dessa forma, não começou a transferir às universidades e institutos de pesquisa a responsabilidade pelo processo de importação, como afirma a reportagem.

Para a eficiência do sistema como um todo, a prioridade é dada para a função regulatória do CNPq - ou seja, credenciamento e autorização de importações pelas instituições científicas do país - e por isso, as atividades executivas como realizar importações para algumas instituições espalhadas pelo território nacional podem ficar afetadas.

Uma atividade que tem dado resultados positivos realizada pela equipe de importação do CNPq é dar mini-cursos (2 dias) de treinamento para equipes de importação das instituições credenciadas, o que as torna muito mais eficientes na importação direta, evitando a intermediação executiva do CNPq."


terça-feira, 6 de julho de 2010

A universidade ligada ao mundo real, artigo de Lázaro Guimarães

"Dia virá em que cairão os tabus, no âmbito universitário, e o saber se revestirá da indispensável vinculação aos setores da produção e dos serviços"
Lázaro Guimarães é magistrado e professor universitário. Artigo publicado no "Correio Braziliense":

São decisivos no processo de desenvolvimento de um país os meios de colaboração entre as instituições de ensino superior e o setor produtivo da sociedade, numa integração que fortalece a academia e proporciona a inserção na economia de descobertas e avanços científicos e tecnológicos. Nos Estados Unidos, esse esforço colaborativo data do início da revolução industrial que elevou a nação à condição de grande potência.

Todas as universidades ali estão em permanente contato com o mundo empresarial, inicialmente por meio de dotações financeiras que revertem em benefícios tributários, e hoje também mediante sistemática inovadora que consiste em vínculo direto da empresa com professores e alunos na elaboração e implantação de projetos de interesse prático.

Os jornais norte-americanos referem-se às incubadoras de experiências científicas financiadas por empresas, por intermédio de centros de estudos. O New York Times cita o caso do professor Douglas P. Hart, do departamento de engenharia mecânica do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que obteve um adiantamento de US$ 1,5 milhão para realizar pesquisa destinada à criação de um assistente de audição dotado de scanner de terceira dimensão, capaz de guiar o receptor por inteiro às vibrações do ambiente.

O MIT é o instituto líder nessa nova modalidade de integração universidade-empresa, já adotada por diversas instituições que selecionam ideias, programas e projetos e os oferecem às entidades privadas e públicas que tenham interesse na sua implementação. Trata-se de um meio de comercializar a pesquisa científica que hoje envolve 26 companhias, num investimento total de US$ 87 milhões, com a criação de 180 postos de trabalho.

O Brasil ainda adota modos compartimentados de pesquisa científica, concentrada a ação acadêmica na atuação de órgãos públicos que oferecem bolsas aos participantes, selecionados por uma elite de professores doutores e de abrangência bastante restrita.

Relevante também a atuação de organismos internacionais, mas são poucas as empresas que se vinculam a entidades educacionais para a elaboração de programas de criação e comercialização de produtos. Ressalvem-se os casos de cooperação científica entre cursos superiores de computação e grandes empresas do ramo de informática.

Os gestores e os docentes universitários brasileiros estão apegados a dogmas quanto ao caráter sagrado da academia e ao temor de comprometimento com o mundo empresarial de culto ao lucro. Pensam que tais ligações teriam caráter espúrio, desvirtuariam a pureza da busca do conhecimento.

O resultado dessa visão isolacionista é o empobrecimento dos centros de ensino superior e o sucateamento dos laboratórios e salas de aula, desprovidos de equipamentos e de recursos. De um lado, a academia de sábios contemplativos, distantes das engrenagens da produção; do outro, quadros profissionais recrutados geralmente após diplomação. Assim, alunos e professores se colocam num campo neutro enquanto ensinam e estudam, para somente tratar da aplicação do conhecimento do lado de fora, munidos de diplomas que fazem o papel de ponte entre a ciência e a realidade.

Felizmente, no nível tecnológico, graças à atividade de entidades como Senai, Senac e Sesi, de há muito está superada essa concepção e as empresas encontram meios de formar quadros técnicos para suprir as suas necessidades de trabalho qualificado. Dia virá em que cairão os tabus, no âmbito universitário, e o saber se revestirá da indispensável vinculação aos setores da produção e dos serviços.

(Correio Braziliense, 6/7)

Presidente da CBF diz que não escolheu ainda sucessor de Dunga e fala que é preciso renovar a ... - O Globo Online

Presidente da CBF diz que não escolheu ainda sucessor de Dunga e fala que é preciso renovar a ... - O Globo Online

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Doutores demais e profissionais de menos

por Wanderley Messias da Costa

"O país tem problemas sérios nas relações do universo acadêmico com o mercado de trabalho"
Wanderley Messias da Costa é professor titular do Departamento de Geografia da USP e um dos idealizadores do Centro de Biotecnologia da Amazônia. Artigo publicado em "O Estado de SP":

Está disponível interessante estudo realizado pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) por encomenda do Ministério da Ciência e Tecnologia, Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Trata-se de abrangente diagnóstico sobre o desempenho da pós-graduação do país nos últimos anos, com ênfase na formação de doutores.

Por ele ficamos sabendo que o sistema nacional liderado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) teve um desempenho formidável nos últimos 15 anos, com destaque para o período 1996-2008, em que foram titulados 87 mil doutores, na taxa média de 12% de crescimento anual.

Esses resultados têm sido muito comemorados pelo governo federal e pelas universidades e os autores do estudo refletem essa onda de otimismo. Afinal, nas suas palavras, doutores "são profissionais com capacidade para realizar pesquisa e desenvolvimento (P&D) original" e, por isso, defendem a tese de que para alcançarmos o padrão dos países desenvolvidos deveríamos multiplicar por pelo menos 4,5 vezes a sua proporção em relação à população total.

Mas nem tudo são flores nessa área e temos sérios problemas nas relações da pós-graduação com o mercado de trabalho do país. O estudo aponta com precisão o que muitos de nós intuíamos, isto é, que de cada dez doutores formados no período 1996-2006 e empregados em 2008, oito estão trabalhando em educação (principalmente nas universidades públicas), um na administração pública e um nas empresas privadas. Aí está o amargo reverso da moeda, em que virtudes podem tornar-se pecados.

É evidente que implantamos um sistema eficiente para produzir doutores, mas ele tem o grave defeito de ser excessivamente acadêmico e autocentrado e, portanto, descolado do mercado de trabalho e da economia real do país.

Os dirigentes do Ministério da Educação (MEC) e da Capes podem argumentar, com razão, que o papel da agência criada para promover o "aperfeiçoamento de pessoal de ensino superior" tem sido cumprido. E as universidades (principalmente as públicas), com os seus atuais 2.718 programas de pós-graduação, apontarão para a comprovada correlação dessa atividade (e a atuação dos seus doutores) com o aumento da produção científica. Afinal, esses docentes pesquisam, publicam papers e ainda podem formar mestres e doutores, e por isso elas definiram essa titulação como pré-requisito para o ingresso de docentes em seus concursos públicos.

Há os que se preocupam com o futuro desse sistema e recomendam que na elaboração do próximo Plano Nacional de Pós-Graduação seja também contemplada a formação de recursos humanos para o mercado de trabalho "extra-acadêmico". Lembro, entretanto, que essa diretriz consta do atual plano quinquenal e que se avançou pouquíssimo nesse terreno.

Indicador positivo seria o crescimento de 0,95% para 1,98%, no período, do número de doutores empregados na indústria de transformação. Mas sejamos razoáveis. Além de irrisório, esse desempenho é implacavelmente ofuscado por outro: o contingente de doutores na administração pública passou de 8.5% para 14%, reflexo da expansão do setor público nos últimos anos.

Mantidas as características desse sistema, é certo que teremos problemas para absorver as novas safras de jovens doutores que as universidades continuarão a produzir em ritmo crescente. Como os seus maiores empregadores no país até o momento, as universidades federais tiveram enorme expansão no atual governo, em que dobraram a oferta de vagas em seus cursos de graduação e ampliaram muito as suas atividades de pós-graduação.

Mas há sinais de esgotamento no ensino superior do país - como as sobras de vagas - e é certo que esse ritmo de expansão não será mantido, assim como o das despesas com pessoal na administração pública. Por outro lado, cerca de 40% dos recém-doutores formados nos dois últimos anos ainda não estão empregados e esse pode ser o sinal amarelo que nos alerta para esse início de reversão.

Resta o mercado de trabalho das empresas privadas, mas esse é um terreno pouco conhecido, praticamente inexplorado e por vezes hostilizado pelo universo acadêmico. Sobre o tema dos recursos humanos qualificados, sabemos, por exemplo, que os empresários se queixam muito de que o país carece de engenheiros.

Outro indicador do comportamento das empresas é que mesmo em atividades de pesquisa tem sido escasso o seu interesse na contratação de doutores com perfil acadêmico e vocação para cientista e por isso estes são minoria mesmo em grandes centros de P&D, como o Cenpes da Petrobrás e o CTC da indústria sucroalcooleira.

Especialistas asseguram que hoje em dia grandes empresas preferem recrutar estagiários ou jovens recém-formados que, após rigorosa seleção e na condição de trainees, receberão formação e treinamento complementares. Ao lado da qualificação técnica dos novos profissionais, elas investem na transmissão de valores da cultura empresarial e, nos últimos tempos, dão grande ênfase à gestão de negócios para todo o universo dos seus recursos humanos. Daí por que tendem a valorizar mais certificados de MBA obtidos em instituições de renome nacional e internacional do que títulos acadêmicos como os de mestre e doutor.

Em suma, o próximo governo e as universidades têm um enorme desafio pela frente e é preciso que levem em conta os muitos sinais de mudanças no país e as novas demandas por educação superior. Afinal, vitoriosos na produção de doutores de alto nível, por que não aplicarmos essa receita de sucesso para formar os profissionais de que carece esse novo mercado de trabalho?

FONTE: O Estado de SP, 2/7