terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Cursos Tecnológicos
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Consulta Eleitoral para Escolha de Diretor e Vice-Diretor da EEIMVR
Fonte: Secretaria da EEIMVR @ amigadocebolinha@metal.eeimvr.uff.br em 16 de fevereiro de 2011.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Governo libera contratação de professor sem concurso em federal
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Inovação deve ter foco, dizem analistas
A indústria brasileira vem perdendo espaço no mercado doméstico para os produtos importados e também perdeu competitividade para concorrer em outros países com produtos "made in China", "made in Coreia", "made in" algum país asiático. Embora o câmbio seja hoje apontado como o grande vilão da indústria brasileira, ele não é o único responsável pela perda de participação dos produtos brasileiros no consumo doméstico e também no de outros países. Para um grupo cada vez maior de especialistas, a recuperação da participação perdida e a conquista de novos espaços passa pela inovação. Mas o importante, insistem, é traçar uma rota de incentivo à inovação com foco nos segmentos onde o país tem capacitação e possa fazer diferença. A ideia, dizem, não é abandonar a indústria, mas fazer "escolhas" em setores nos quais o país pode dar um salto a médio e longo prazo.
Na última década, o país perdeu competitividade de tal forma que levou o professor Antonio Barros de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a caracterizar a indústria brasileira, com honrosas exceções, de "descartável do ponto de vista internacional". Para Barros de Castro é preciso "um ativismo forte, mas não para manter, e sim para transformar".
Ele e outros dois especialistas em política industrial - os professores David Kupfer, também da UFRJ, e Carlos Américo Pacheco, do Instituto de Economia da Unicamp - avaliam que há a necessidade de uma política científica e tecnológica diferente daquela que vem sendo realizada. "O foco da política tecnológica brasileira tem que ser para segmentos ou setores ou para parte de setores ou para um conjunto de setores similares. A questão de ciência e tecnologia é um desafio em qualquer lugar do mundo. O Brasil não é diferente", avalia Kupfer.
Carlos Américo Pacheco destaca que o Brasil vai ter que fazer escolhas. "Não vamos conseguir resolver todos os problemas sistêmicos no curto prazo. Há falta de recursos humanos e de ação coordenada, e toda essa agenda é de médio e longo prazos. Temos que resolver questões de logística e de infraestrutura, e o problema cambial não vai ser solucionado de um dia para outro. Temos aí dois anos para equilibrar apenas as questões macroeconômicas e depois poderemos realmente avançar " diz.
Tanto ele como Kupfer destacam áreas nas quais o país pode avançar e posicionar-se internacionalmente de uma forma mais competitiva e diferenciada, observando que esses segmentos "são até óbvios", como lembra o professor da Unicamp. "Andar firme no agronegócio, em toda a cadeia que envolve o petróleo, com o pré-sal, manter a base de desenvolvimento científico no que diz respeito aos recursos da biodiversidade, energia, na aeronáutica, setor aerespacial que são indutores de tecnologia pelo mundo afora são setores que formariam um mapa interessante para serem depois completados com dimensões da economia do conhecimento", lista Kupfer.
Ele avalia que todos os setores citados contam com bases bem constituídas, mas precisam continuar recebendo investimentos para abrir caminhos novos e acumular mais massa critica para avançar. "Não se deveria definir um número muito grande de áreas, mas algumas com margem ampla de ação de longo prazo, envolvendo recursos de empresas e governamentais", diz o professor da UFRJ.
Kupfer lembra que não foi por acaso que o país avançou no agronegócio. "A ideia de celeiro do mundo não é porque temos terra e sol. Foi reflexo de décadas de um sistema de acumulação, inovação e pesquisa tecnológica. Na agropecuária recente, houve um puxão na ciência que deu oportunidade para descobertas na biologia e genética, e, do lado econômico, a questão do alimento ganhou uma difusão de teses de segurança alimentar. A bioenergia, por exemplo, poderá encontrar soluções na agropecuária. Trata-se de uma linha que podemos avançar muito e chegar o mais próximo da fronteira internacional", diz ele.
O professor lembra que já existe toda uma cadeia voltada à inovação que, se exacerbada, tem tudo para avançar ainda mais. O amplo envolvimento de um setor trouxe resultados importantes para o país, lembra Carlos Américo Pacheco, citando o exemplo da indústria aeronáutica. Tudo começou nos anos 40, com a criação de órgãos e a formação de mão de obra no setor, que levaram à criação da Embraer, empresa com destaque no cenário internacional.
O professor da Unicamp lembra que as energias renováveis estão na agenda mundial e nessa agenda o Brasil está devendo ao mundo. "Os Estados Unidos estão buscando novas fronteiras na biotecnologia e a China também. Para sermos cada vez mais competitivos, é preciso recursos para termos uma biotecnologia de classe mundial", afirma.
Na avaliação dos especialistas, o país tem uma "joia da coroa", como define Kupfer ao se referir a tecnologia envolvendo o pré-sal. "É preciso concentrar toda a política pública nessa mina de ouro para potencializar o conhecimento que se transfere para a indústria eletrônica, mecânica, a robótica e a ligada à tecnologia do conhecimento que estará envolvida ao redor", afirma o professor da UFRJ.
Ao tomar posse no fim de janeiro do comando da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, Glauco Arbix, especialista em politica industrial e inovação, deu um sinal da razão de ter sido escolhido. Ele foi taxativo: "O Brasil precisa de um choque de inovação em todas as esferas e dimensões, na economia e na sociedade", disse. Falou em "mobilizar o Brasil para inovação", mas lembrou que "a inovação é uma combinação de processos, conclusões e síntese de eventos anteriores". E reconheceu: "Não há varinha de condão. Há travessia, criação e uso intensivo de conhecimento processado por pessoas", disse.
(Valor Econômico)
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Dilma promete medidas para melhorar o Enem
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Para inglês não ver
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Tribuna do Norte | “Einstein fora do CNPq”
Alcyr Veras - economista e professor universitário
Em se tratando de um dos maiores cientistas do mundo, de todos os tempos, claro está que o título acima é mera força de expressão. Da mesma forma que o escritor, ensaísta, historiador e folclorista de renome mundial, Luís da Câmara Cascudo, não poderia, hoje, ministrar aulas em Universidades, pelo simples fato de não possuir cursos de mestrado e doutorado. Ou ainda, pelas mesmas razões, o grande arquiteto Oscar Niemayer, autor de célebres projetos que são verdadeiras obras de arte em várias partes do mundo, também não poderia ser professor universitário.
O título deste artigo foi inspirado num momento de humor-irônico durante recente entrevista que o cientista brasileiro, de elevado prestígio internacional, Miguel Nicolélis, concedeu ao Jornal O Estado de São Paulo, sobre a situação em que se encontra atualmente a pesquisa científica no Brasil. Nicolélis é pioneiro nos estudos referentes a interface cérebro-máquina e suas descobertas constam das dez tecnologias que devem mudar o mundo, divulgada no ano de 2001 pelo Instituto Americano de Tecnologia de Massachusetts e foi o primeiro brasileiro a merecer capa na Revista SCIENCE. Recentemente, recebeu nomeação como membro da Pontifícia Academia de Ciências, no Vaticano.
Muitas pessoas se surpreenderam, inclusive a própria comunidade cientifica brasileira, quando Miguel Nicolélis resolveu instalar o Instituto Internacional de Neurociências na grande Natal, no município de Macaíba. Como se sabe, os Órgãos Públicos, Empresas e Entidades que atuam na área de ciência e tecnologia no Brasil, estão situados no eixo Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo de sua proposta é democratizar a pesquisa e descentraliza-la regionalmente, ou seja acabar com o mito de achar que somente o Centro-sul do país é capaz de desenvolver atividades científicas consistentes. Não há mais lugar para regionalismos preconceituosos. Segundo ele, se por um lado é ótimo São Paulo ser responsável por 70% da produção cientifica do país, por outro é muito ruim para o Brasil, que precisa democratizar o acesso à ciência.
Miguel Nicolélis considera que a atividade cientifica brasileira é extremamente elitizada. Sobre isso, faz o seguinte questionamento: “não temos penetração popular adequada nas universidades. Quantos doutores são índios ou negros? A ciência deve ir ao encontro da sociedade. Até bem pouco tempo, a ciência era uma atividade exclusiva da aristocracia brasileira. Há 30 ou 40 anos, somente a classe alta tinha acesso à universidade. Hoje, nós precisamos de cientista que joga futebol na praia ou que exerça qualquer outra atividade profissional, não interessa sua origem. As crianças precisam ter acesso a educação científica. Estamos trabalhando com 21 crianças da periferia da cidade de Natal (RN). Quatro delas participam de um projeto piloto em que aprenderam a usar ressonância nuclear magnética para medir o volume de óleo nas sementes do pinhão-manso no semi-árido nordestino”.
O que Nicolélis quer dizer é que qualquer pessoa pode ser um cientista, não importa a classe social ou econômica e que pertença. O cientista deve ser uma pessoa comum na sociedade. O mais importante é que tenha talento. Ele diz ainda que, no Brasil, as Instituições de Pesquisa são amarradas a normas excessivamente burocráticas e só admitem cientistas através de concurso público. E as exigências curriculares são recheadas de pré-requisitos tão absurdos e inflexíveis que o maior gênio da física, Albert Einstein, provavelmente hoje não seria admitido como pesquisador no CNPq (órgão federal do governo brasileiro que responde oficialmente pela pesquisa científica e tecnológica)