quarta-feira, 14 de abril de 2010

JUSTIFICANDO O INJUSTIFICÁVEL

Já há mais de sete meses sob a intervenção no Pólo Universitário de Volta Redonda, a maior parte dos acontecimentos e motivações da troca de Direção do PUVR ainda não foi devidamente contada.

Com a tranqüilidade da consciência do dever cumprido, preferimos naquele momento nos ater à devida prestação de contas à Comunidade do que a dar maiores detalhes dos bastidores políticos de nossa Universidade. Relatar o que encontramos, o que fizemos e, muito mais importante, o que restava a fazer era a nossa maior preocupação de modo a possibilitar uma transição o mais tranqüila possível dos processos administrativos então em andamento, com especial atenção para aqueles ligados às obras sob a responsabilidade do PUVR, as quais encontravam-se naquele momento em ritmo acelerado. Mesmo a Ampliação e Reforma do Prédio Edil Patury Monteiro, de nosso particular interesse enquanto professores da EEIMVR, e que estava e como ainda está sob a administração, fiscalização e direta responsabilidade da SAEP, mostrava recuperação do ritmo de obra. Todos os aspectos que nos pareciam importantes para a continuidade do processo administrativo do PUVR, fossem eles referentes a funcionários, fontes de recursos orçamentários e as previsões das licitações a serem preparadas e realizadas ainda em 2009 para que o novo Campus Aterrado pudesse entrar em operação totalmente concluído em fevereiro de 2010 foram transmitidos à nova Direção e à Reitoria da UFF através de Relatório de Gestão, do qual detemos as cópias com os devidos recibos da Reitoria e da Direção do PUVR, mas que também encontra-se à disposição dos interessados para download no endereço http://www.4shared.com/document/9mhQSVA5/Prestao_de_Contas_PUVR_2007_20.html.

Passado o necessário tempo para a reflexão e observação dos acontecimentos, não é sem surpresa que observamos que uma versão falaciosa e caluniosa para as razões que motivaram a troca da Direção do PUVR em agosto de 2009 foi e vem sendo disseminada. Embora tal versão possa parecer inverossímil para aqueles que acompanharam nosso esforço e dedicação em cerca de dois anos e meio frente à Direção do PUVR, é válido lembrar desde já alguns dos problemas que encontramos no PUVR de março de 2007, herdados de uma criação sem o devido planejamento, quais sejam: falta de infra-estrutura predial para a ECHSVR, falta de espaço e laboratórios adequados para os cursos de engenharia e de administração, falta de acomodações dignas para os professores recém contratados, falta de sistema de alimentação estudantil, sub-dimensionamento do corpo docente e técnico-administrativo em face ao aumento de turmas e cursos, apenas para citar os mais evidentes que identificamos ao assumirmos o cargo em março de 2007.

Hoje o PUVR tem soluções ou adiantado encaminhamento para a maior parte desses problemas por nós identificados e, desculpem-nos a ênfase, TODAS essas soluções foram idealizadas, projetadas, encaminhadas e implementadas pela e durante a nossa gestão, a partir de projetos gerados todos em Volta Redonda. Não fizemos mais que nosso dever, mas ainda que muito reste por fazer não escondemos nosso orgulho com respeito a essas realizações, pois temos plena consciência de sua relevância para o funcionamento PUVR nos próximos anos. Para a atual gestão do PUVR, terminar as obras em andamento, planejadas para serem concluídas então em seis meses é a mais simples das obrigações da nova gestão.

Mas, diante da versão veiculada aparentemente com o propósito de justificar o injustificável (a intervenção política e administrativa que ora sofremos), versão segundo a qual a troca da Direção do PUVR foi motivada pelo “atraso das obras”, as quais após a intervenção teriam retomado o ritmo, sentimo-nos obrigados a relatar alguns fatos e informações a respeito da mudança administrativa no PUVR em 2009. Em prol da objetividade, descreveremos seqüencialmente apenas os fatos e acontecimentos mais relevantes, pedindo desde já desculpas pela imprecisão das datas, em face do tempo já decorrido.
.
1) Dezembro de 2008, entre o natal e o ano novo - é concluída a licitação para construção do novo projeto arquitetônico e urbanístico do Campus Aterrado. O Reitor da UFF telefona para o Diretor do PUVR e o parabeniza pela conclusão do processo e licitação e nos solicita que repitamos a informação para algumas pessoas, aparentemente em reunião com Reitor (não sabemos precisar quem) também pudessem ouvir pelo “viva voz” do telefone.

2) Início de abril de 2009 - A obra do Campus Aterrado, cuja execução e gerenciamento de contrato após conclusão da licitação passara a ser da SAEP, ainda não recebeu “ordem de início”. Em reunião no gabinete do Reitor, com a presença do Prof. Pedro Antunes, e do Eng. Horácio Delgado Jr, o Diretor do PUVR insiste com a Reitoria que o PUVR, além de ter desenvolvido os projetos, detém a necessária competência para administração da obra (gerência de contrato e fiscalização) e sugere que essas atribuições sejam transferidos da SAEP para o PUVR, comprometendo-se em montar um grupo de fiscalização e gerenciamento da obra.

3) Meados abril de 2009 – Em face do retardo no início das obras, o Reitor aceita a proposta e faz publicar a portaria com delegação de competência para a Direção do PUVR com as necessárias atribuições.

4) Meados de maio de 2009 – A Direção do PUVR criou o Grupo Especial de Implantação do Campus Aterrado - GREICA, e a obra do Campus Aterrado recebe “ordem de início”. Prazo de conclusão: 6 meses.

5) Início de junho de 2009 – A Secretária de Ensino Superior – SESU do MEC visita as obras do campus Aterrado em Volta Redonda, acompanhada do Reitor da UFF. As fundações ( cerca de 360 estacas) estão completas, juntamente com parte dos pilares de concreto, a montagem das estruturas metálicas havia começado e seguia em ritmo acelerado. Tudo é relatado com fotos no sistema de acompanhamento de projetos do governo federal e na página www.puvr.uff.br. Talvez ainda esteja lá.

6) Meados de junho 2009- O Reitor convoca a Direção do PUR ao seu Gabinete e nos pergunta sobre as conseqüências de uma eventual mudança na Direção do PUVR. Respondemos que a única preocupação seria com o andamento das obras, em vista do seu andamento necessariamente rápido e da profunda conexão que tínhamos com todo o projeto e seu planejamento.

7) Final de junho 2009 - O Pró-Reitor de Assuntos Acadêmicos telefona para o Diretor do PUVR em uma sexta-feira pela manhã, e solicita uma exposição de todo o projeto do PUVR na próxima segunda-feira pela manhã, no gabinete do Reitor. Nesta reunião, em que estiveram presentes o Prof. Wainer, O Prof. Paulo Cesar da Escola de Engenharia de Niterói, assessor do Reitor, o Prof. Pedro Antunes, assessor do Reitor, o Pró-Reitor de Assuntos Acadêmicos Prof. Sidney Melo, e o Reitor. Nessa ocasião, relatamos sobre todos os projetos, concursos, e obras do PUVR e sua situação. Ao final da apresentação, o Prof. Paulo Cesar nos indagou sobre a situação POLÍTICA em Volta Redonda, inclusive sobre o apoio dos alunos, nos dizendo que o PUVR seria de grande importância para a re-eleição do Reitor, usando inclusive a lembrança do episódio da “ponte de Passa Quatro”, na Revolução Constitucionalista de 1932.

8) Meados de julho de 2009 – O Reitor nos chama ao seu gabinete e na presença dos Prof. Sidney Mello e Pedro Antunes nos explica sobre a necessidade de proceder com a mudança na Direção do PUVR, de modo a estabelecer um acordo com o Prof. Wainer, para que esse não participe da próxima consulta eleitoral para a Reitoria, reduzindo assim a possibilidade de um segundo turno na consulta eleitoral para a Reitoria. Explica também que a Direção do PUVR fora uma exigência do próprio Prof. Wainer. Mas o Reitor nos pediu ainda que permanecêssemos na administração das obras do PUVR, na condição de Assessor da Especial do Reitor, assumindo inclusive, e desta feita, também a administração Reforma da EEIMVR, no lugar da SAEP, além das obras do Campus Aterrado. Explicamos ao Reitor que essa responsabilidade não poderia ser assumida sem os necessários poderes e atribuições inerentes ao cargo de Direção do PUVR e que, desta forma, não poderíamos aceitar a oferta. O Magnífico Reitor irritou-se com a resposta e houve uma áspera discussão entre nós. O Prof. Sidney interveio e foi feita a sugestão de que se transferissem os necessários poderes e atribuições para a condução das obras para uma nova Assessoria Especial da Reitoria. Pressionados, concordamos preliminarmente. Ao sair da reunião, falamos a respeito com diversas pessoas de nossa confiança ligadas à Universidade e à Administração, inclusive membros do GREICA. Todos foram unânimes em nos desaconselhar de tal empreitada.

9) Meados e final de agosto de 2009 - Mesmo diante do aconselhamento contrário, entramos em negociação com a Reitoria e seus assessores, para discutir melhor as atribuições da nova Assessoria e chegou-se a um acordo. Ficamos de elaborar uma minuta com as definições das necessárias atribuições para a condução das obras o que foi feito e, após consulta à Procuradoria Geral sobre a legalidade e formato dos pontos, uma minuta foi encaminhada à Reitoria, na pessoa de seu Assessor, Prof. Pedro Antunes. Do Prof. Pedro Antunes, ouvimos a resposta que nos termos das atribuições propostas não seria possível a publicação da imprescindível Portaria. Diante desse fato, declaramos nossa impossibilidade de assumir a administração das obras do PUVR. Houve a mudança na Direção do PUVR e, nomeados que fomos para o cargo de Assessor Especial do Reitor, solicitamos pouco depois nosso desligamento também desse cargo.

10) Setembro de 2009 – O GREICA não está mais atuante. O pagamento da empresa construtora atrasa e esta desacelera as obras do Campus Aterrado. A previsão de término em janeiro/fevereiro de 2010 não poderá ser cumprida.

11) Outubro de 2009 - O Conselho do PUVR é fechado, pois não realiza mais desde então suas reuniões ordinárias ou extraordinárias.

Os fatos e acontecimentos acima, além de testemunhados, tiveram a participação e foram comentados com várias outras pessoas que preferimos não citar, mas que participaram inclusive das negociações e reuniões com a Reitoria a respeito de assumirmos ou não a administração das obras do PUVR após a troca da Direção. Acreditamos que, uma vez conhecidos, os fatos acima falam por si a respeito da falaciosa versão que a troca na Direção do PUVR tenha sido motivada pelo atraso das obras em Volta Redonda ou qualquer coisa do gênero. Quem divulga tal versão dos acontecimentos, certamente, ou fala sobre o que não conhece plenamente, repetindo levianamente o que ouviu alhures, ou tem a velada intenção de justificar o injustificável.

Alexandre José da Silva, Dr.-Ing
Prof. Associado II – SIAPE 1109887
Ex-Diretor do PUVR

Um comentário:

  1. Ô Alexandre, não se preocupe muito com os falsos comentários e boatos que sempre surgem em tempos de consulta eleitoral. Coisa pequena de gente pequena.

    No ano do cinquentenário da UFF, o lema “5 anos em 50” já tem dono, com merecimento e louvor. Para criar suspense, não citarei o nome da criatura. Só direi que ela, agora, ambiciona lançar o lema “10 anos em 100”, aparentemente para mostrar a todos, de forma inequívoca, o tamanho de seu dinamismo e de seu desejo de continuidade.

    Um abraço,

    Heraldo

    ResponderExcluir