quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A História das Obras em Resumo Parte II – A Obra do Campus Aterrado UFF/VR

por Horácio Guimarães Delgado Júnior 


No início de 2008 fui convidado pelo diretor do PUVR para acompanhá-lo as obras do prédio das Ciências Humanas que já estava sendo executado pela empresa Mello Júnior, administrada pela SAEP/UFF e seria visitada por representantes do MEC/SESU. Na ocasião da visita a obra encontrava-se em ritmo lento em face de vícios de contrato e a fiscal do MEC sugeriu que o diretor do PUVR solicitasse o rompimento do contrato e contratasse empresa de projeto para elaboração de nova licitação com outro objeto. Apenas no final de 2008 o contrato foi rompido. Os projetos originalmente propostos não possuíam todas as dependências necessárias para abrigar a ECHSVR dentro da sua proposta acadêmica. Não havia muito tempo, pois parte das outorgas iriam vencer ao final do exercício e para não perder parte dos recursos nova licitação deveria ser realizada até o final de 2008. Mas para que isto fosse possível, cumprindo a lei 8666, eram necessárias as seguintes peças: Projeto Básico Atendendo a Legislação Vigente e as Normas Técnicas da ABNT, Memorial Descritivo, Cronograma Físico-Financeiro, Planilha Orçamentária com Preços Unitários. Não havia tempo hábil para contratar empresa e, na ocasião, nos colocamos a disposição, gratuitamente, para ajudar doando a mão de obra para a preparação emergencial de todos os documentos. Preparamos uma força tarefa multidisciplinar que envolveu seis profissionais, ambos com grande experiência, sobre a nossa responsabilidade e desenvolvemos o maior projeto da UFF dos últimos vinte anos. O curioso é que até mesmo o diretor do PUVR botou a mão na massa e ajudou a elaborar o contrato, os memoriais descritivos, a planilha orçamentária e contribuiu tecnicamente com o projeto. Propomos um projeto eco-sustentável modular com o uso de tecnologias observando a vocação regional, isto, alem da redução de custo, cerca de metade do custo por metro quadrado licitado anteriormente, potencializava o ganho de prazo e a proposta era construir 13500,00 m² em seis meses. Isto foi planejado detalhadamente sendo o prazo viável e folgado (Tecnologia similar à última obra que gerenciamos em Belford Roxo que possuía 30.000,00 m² e foi construída em oito meses). Principais ganhos ambientais no projeto:


1) Orientação correta das fachadas à posição do sol, 
2) Preservação e recuperação ambiental da faixa marginal do Rio Paraíba do Sul, 
3) Tratamento de esgoto e demais efluentes,
4) Reuso de águas de chuva para descargas sanitárias,
5) Ampla área de convivência e estacionamento para 320 carros. 


O projeto foi concebido de forma modular usando dry wall o que permitirá aos prédios flexibilidade e sinergia para a personalização de cada um conforme as necessidades da unidade a abrigar podendo ser alterado a qualquer tempo. Em 22 de dezembro de 2008, a obra foi licitada por aproximadamente R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), cerca de 1.100,00 reais por metro quadrado, incluindo toda infra-estrutura (cerca de metade do custo necessário para o término do projeto anterior) com um prazo assinado em contrato de seis meses a partir da ordem de início e a empresa ganhadora foi a ZADAR. Aguardamos até maio de 2009 e não havia perspectiva para que o órgão técnico da universidade desse a ordem de início para que a empresa pudesse montar o canteiro e começar as obras. Idealizamos o GREICA e montamos uma força tarefa local, gratuita, para gerenciar e fiscalizar as obras. Adequamos o planejamento da obra às novas datas inclusive com o dimensionamento dos recursos para que as obras fossem concluídas nos prazos estabelecidos. Para definirmos melhor a humanização dos prédios nos reunimos com a Escola de Ciência Humanas e Membros do Departamento de Ciências Exatas os quais contribuíram efetivamente para a definição e localização dos ambientes internos, tendo como principais ganhos:


1) Biblioteca com sala de leitura e terminais de computadores, 
2) laboratórios de informática,
3) Gabinetes para todos os professores com completa infra-estrutura de instalações elétricas, ar condicionado, telefonia e lógica,
4) Laboratório de Física, 
5) Laboratórios de Química, 
6) Quiosques destinados à Xérox, Café, livraria e confecção universitária, 
7) Três Auditório reversíveis em seis salas de seminários, 
8) Amplos espaços para secretarias e coordenações, 
9) Gabinetes individuais para os coordenadores e chefes de departamento, 
10) Área destinada ao diretório e ao centro acadêmico, incluindo sala de estudos, reunião e recreação, 
11) restaurantes universitários divididos em duas praças de alimentação. 


Quanto aos restaurantes universitários, convém esclarecer, que a idéia concebida originalmente, era a de licitar os espaços para que as empresas de restaurantes ou franquias de alimentação ocupassem os espaços, e desta forma estabelecer entre si a livre concorrência garantindo a constante qualidade da alimentação, o subsídio às refeições estudantis e o fornecimento gratuito de refeições para os alunos carentes. Por motivação pessoal, ao final de agosto de 2009, tivemos que nos afastar do GREICA. É conveniente observar que a reitoria, naquela época, apoiou os projetos e disponibilizou a estrutura administrativa, mas é preciso também dedicação e vontade política da gestão local para que as obras aconteçam conforme planejado anteriormente. Vivemos um momento de grandes investimentos governamentais disponibilizados para a ampliação do ensino superior e da pesquisa no país. Está muito próximo de se alcançar o objetivo agora basta acompanhar o cronograma físico planejado (já postado e divulgado) com as devidas aplicações dos recursos (materiais e humanos), manter em dia as medições e os pagamentos da empresa e obter as outorgas legais para o funcionamento. Na condição de responsável técnico pelos projetos básicos de todas as obras da UFF em andamento em Volta Redonda continuo acompanhando-as e contribuindo efetivamente para o crescimento da academia na nossa cidade.


Horácio Guimarães Delgado Júnior
Aluno de Doutorado do PPGEM/ EEIMVR/ PUVR/ UFF
Engenheiro Civil
Autor dos projetos básicos das obras do PUVR.

2 comentários:

  1. Caro Horacio, é sempre bom reavivar a memória das coisas que se passaram, ainda mais aquelas que muito impactaram e impactarão nossas vidas profissionais. Oxalá que mais pessoas com o mesmo espírito público e boa vontade somem-se a nós para que, a cada dia, possamos construir uma universidade de verdade, firmemente calçada no tripé pesquisa-ensino-extensão e onde sabemos que cada centavo do dinheiro público investido é bem aplicado. Torço para que um dia as pessoas, sejam elas quem forem, reconheçam o grande serviço que você prestou e tem prestado à UFF. Um grande abraço e, por favor, continue nos dando seu "auxílio luxuoso" sempre! Adriano

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  2. Horacio, é muito bom saber que pessoas com competencia e desprendimento, sendo aluno de doutorado do nosso programa de Pos graduação em Engenharia Metalurgica desta Escola tenha a conciencia e a capacidade de doação pessoal para um projeto grandioso como este que so vira abrilhantar mais ainda nosso campos. Esqueça os politiqueiros incompetentes de plantão e mãos à obra. Nosso pais pecissa e de pessoas como voce, não de politicagens, conforme sempre presenciamos na direção da escola de Engenharia e esta turma que dizem ser da area de ciencias humanas (não sei não sera que todos são assim .... ) Os exemplos e contatos que tive até então me deixaram decepcionado.

    um abraço e feliz ano novo, 2010 nos espera.

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