quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Balanço 2009



Prezados colegas do PUVR e suas Unidades.

O final de ano e suas festividades nos movem a fazer balanços e análises e nós, que não escapamos à regra, gostaríamos de enviar uma mensagem de otimismo e confiança no futuro a todos colegas, discentes e amigos do PUVR e da UFF. O ano de 2009 foi realmente movimentado, com muitas realizações e, por que não dizer, muitas emoções. E, como tudo que move e é movido pela natureza humana, quando de espírito livre, foi cercado de polêmicas, discussões e debates. A própria criação do Blog Pensamento Acadêmico UFF/VR é um desses fatos que deixarão 2009 marcado como um ano diferenciado na história institucional da UFF em Volta Redonda.

Fazendo uma retrospectiva e observando e relendo os debates e opiniões, não podemos deixar de observar a (talvez super) valorização do assunto “obras”. Isto tem, em parte, sua razão. De fato, vivemos um período privilegiado. “Nunca antes na história desse País”, diria alguém, se investiu tanto em obras nas Universidades públicas brasileiras. Em Volta Redonda, o jornais da cidade noticiam o empenho dos Políticos da Região em obter recursos para cursos públicos na área de saúde para Volta Redonda (diga-se de passagem, estaremos perdendo uma grande oportunidade, ao meu ver, se o PUVR não estiver associado a esse projeto!), com investimentos iniciais de cerca de R$70 milhões. O sonho de uma Escola de Medicina, o qual compartilhamos desde o início, parece mais palpável agora. O projeto do REUNI da UFF envolve cerca de R$137 milhões só em investimentos. Até a UNE-União Nacional dos Estudantes, lemos no jornais, deverá receber R$30 milhões para construir sua sede. Conclusão: Dinheiro para obras nas IFES não faltou e não falta. Praticamente TUDO o que a Reitoria da UFF solicitou ao MEC em termos orçamentários foi e certamente será atendido, desde que devidamente projetado, documentado, encaminhado e justificado. Mas é preciso reconhecer que tal “fartura” de recursos pegou as Universidades brasileiras, a UFF não constitui exceção, totalmente despreparadas para a elaboração, licitação, implantação e gestão de grandes projetos. Não é de se admirar, pois, após décadas sem investimentos, as estruturas administrativas internas, que deveriam ou poderiam se dedicar e apoiar tais tarefas, encontram-se desaparelhadas e sem pessoal com a devida experiência, mal dando conta da manutenção predial dos edifícios existentes. Não é culpa de ninguém. Foram décadas de sucateamento. Como resultado, apenas uma pequena fração do orçamento da UFF no REUNI foi executado até agora (mais dinheiro sobrando!).

As obras do PUVR estão entre as poucas obras da UFF que, como se diz no jargão, “já saíram do chão” ou “fazem sombra”. Isto foi possível porque, nos últimos 2 1/2 anos, o PUVR adotou uma estratégia de prover seus próprios projetos (Obrigado Horácio!!) e atuar incisamente em todas as etapas administrativas referentes à licitação, e até mesmo, no caso do Campus Aterrado, na administração e fiscalização do contrato dos mesmos (recentemente essa situação mudou, com a extinção do GREICA). Essa estratégia foi tão profícua, que o PUVR chegou a ajudar outras Unidades da UFF com relação ao desenvolvimento de projetos, Foram os casos do projeto para recuperação estrutural do prédio do Instituto de Física, em Niterói, e da construção do prédio sobre a “Lâmina do Anatômico” do Instituto Biomédico, que já está em construção, sob a administração direta da FEC. Por ambos projetos, a UFF deve mais uma vez agradecer ao Eng. e nosso aluno Horácio, que já soma mais de 20.000 m2 em projetos doados à nossa Instituição.



  
Maquete oficial do Campus Aterrado conforme os projetos básico e arquitetônico.

Particularmente, as obras do PUVR são um evento de grande relevância, cuja conclusão modificará definitivamente as dimensões e potencial de nossa Instituição. Aliás, ontem visitamos as obras do Campus Aterrado e fiquei satisfeito. Vi diversas frentes de trabalho dedicadas à alvenaria, instalações elétricas, pisos, revestimento, e a concretagem da última laje sendo preparada. Apesar do evidente atraso do cronograma, a visita nos causou imensa alegria. Atraso em obras públicas, especialmente as grandes e de reforma são comuns. Mas o fato mais importante é que a obra esteja em andamento, em bom ritmo (infelizmente não o caso da obra da EEIMVR). Assim, gostaria de compartilhar com todos, a julgar pelo ritmo de ontem no canteiro do Aterrado, nosso otimismo quanto ao término do Campus Aterrado. Talvez isso ocorra no primeiro semestre de 2010. Talvez no segundo. Talvez, por opções ou limitações da atual gestão, não façam os gabinetes dos professores, cortem parte do ar condicionado, nem implantem o Sistema de Alimentação. Talvez nem mesmo os laboratórios não estejam prontos e equipados (melhor que estivessem). Mas, fiquem tranqüilos. O projeto original é de altíssima qualidade e versatilidade, aliadas à simplicidade arquitetônica e estrutural. Tudo o que for deixado para trás poderá, tenho certeza, ser remediado ou implementado a posteriori, desde que a estrutura básica do campus seja bem feita e concluída. Daí nosso (eterno) otimismo. Não podemos deixar de relatar nossa emoção ao percorrer os espaços e corredores dos três prédios, ligados através de uma passarela, espaços esses que nos acostumamos a “ver” em pensamento, enquanto acompanhávamos o desenvolvimento do projeto ao lado do Eng. Horácio e do Arq. Sérgio Fernandes. Somente o privilégio dessa sensação de dever cumprido já nos faz sentir recompensados por todas e quaisquer dificuldades e sacrifícios para a realização do projeto. Dirigindo-me muito especialmente aos colegas e alunos da ECHSVR, gostaríamos de lhes dizer que se tranqüilizem, e que tenham paciência (um pouco mais). Suas condições de trabalho em 2010, acredito, deverão ser melhores do que foram até aqui.
Mas gostaríamos também chamar a atenção para o fato que, embora importantes, as obras do PUVR não são nem nunca foram uma meta em si, mas sim um meio. A infra-estrutura física dos prédios e do novo Campus foram idealizados como parte dos recursos indispensáveis para a construção institucional do PUVR. Com Unidades academicamente fortes e apoiadas por uma estrutura administrativa moderna eficiente, sem abrir mão da marca UFF. É nesse aspecto que consideramos supervalorizada a discussão sobre obras, na medida que ela sombreia e impede a discussão sobre o que ocorre com as verdadeiras metas e objetivos institucionais. Não podemos deixar de lembrar que o projeto do PUVR envolve questões muito importantes como, apenas por exemplo, o Sistema de Alimentação e o Núcleo de Assuntos Educacionais, com seus projetos para redução de evasão, Monitoria Integral, divulgação dos cursos do PUVR nas Escolas da Região (projeto “ A UFF vai à Escola”), e outros aspectos administrativos como a implantação de um Protocolo local, acompanhamento e expedição eletrônicos de processos e documentos, etc..


Mas, assim como toda instituição, o PUVR não nasceu pronto. É a missão de todos nós trabalhar pelo seu aprimoramento e evolução.

Aos colegas e amigos, meu muito obrigado.

Boas Festas e Feliz 2010.


Alexandre José da Silva,
(ex-Diretor do PUVR)
Prof. Associado II
EEIMVR/PUVR/UFF

Um comentário:

  1. Prezados Alexandre, Horacio e Sergio Fernandes, entendo e compartilho com voces desta alegria do dever cumprido. Gostaria de salientar que nem tudo esta ao nosso controle e penso que é um crime esta logica de sobrepor estas questões politicas em detrimento da técnica, especialmente quando estamos em uma Escola de Engenharia. Os grandes lideres da Humanidade se destacaram pelo exemplo. Acredito que neste momento os exemplos falam mais alto que qualquer politicagem que a Escola de Engenharia ou ate mesmo a reitoria possam fazer. O tempo recompensa os perseverantes, os idealistas e competentes. Voces três são exemplos destas qualidades que citei. E uma pena que gatunos oportunistas joguem com o futuro de muitas gerações que poderiam usufluir de tal empreendimento. Penso que neste momento deveriamos estar trabalhando no proximo grande projeto para a região, que seria a escola de saude, envolvendo cursos de medicina, fisioterapia, bioengenharia, odontologia, psicologia, neurociencias etc... e ainda estamos preocupados se poderiam ou não concretizar um simples projeto de Engenharia. Acho que a UFF vai perder o bonde da história com seus gestores incompetentes e politiqueiros, sem deixar de falar neste incompreensivel medo da Escola de Engenharia de perder o sua hegemonia dentro da UFF na região, já que da maneira que está ja esta perdendo até para a FOA na região.

    bom, desculpem isto foi um desabafo. No ano que vem continuo otimista e acho que alguma coisa será concluida destes dois belos projetos e sempre teremos tempo para consertar no futuro, embora eu considere que o remendo sempre acarreta custos adicionais desnecessarios, como sempre as custas do herario.

    Feliz natal e prospero 2010.

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