segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Raio X do ensino superior e o Reuni



Plano Nacional de Educação para 2011 almejava pelo menos 30% da população de 18 a 24 anos na universidade; taxa líquida de 2008 é de 13,71%



Demétrio Weber escreve para "O Globo":

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, disse que o Brasil não conseguirá atingir a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação para 2011, de que pelo menos 30% da população de 18 a 24 anos frequente a universidade.

Em 2008, essa taxa, calculada com base em dados da Pnad, era de 13,71%. Considerando-se todos os universitários brasileiros, independentemente da idade, a taxa bruta de matrículas era de 25,52%.

Para a secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci, é "legítimo" que o país leve em conta essa taxa bruta, já que o país convive com atraso escolar em todos os níveis de ensino. Reynaldo Fernandes disse que, nos países desenvolvidos, a taxa bruta costuma ser praticamente a mesma da taxa líquida.

- Eles já estão atrasados lá atrás. É difícil melhorar na última etapa da cadeia (de ensino). O caminho é lento - concordou Reynaldo Fernandes.

Nas instituições federais de ensino superior, houve aumento de 21.513 novas vagas presenciais e à distância, um incremento de 12,2% - somadas as duas modalidades de ensino - em relação a 2007.

Maria Paula apresentou balanço do Reuni, o programa de expansão das universidades federais. Segundo ela, no primeiro ano de vigência do programa, até o primeiro semestre de 2008, foram criadas cerca de 15 mil vagas presenciais. O investimento federal foi de 415 milhões. Até 2012, o investimento previsto é de R$ 3,5 bilhões. A secretária disse que as universidades contrataram 9.489 professores e 6.355 técnico-administrativos.

- Esse número é quase mais importante do que todo o resto. A transformação da universidade federal está nessa renovação. São profissionais qualificados. Daqui a alguns anos, isso vai significar uma transformação de A a Z na universidade - disse Maria Paula.

(Jornal da Ciência e-mail 3900, de 30 de Novembro de 2009. citando "O Globo", 27/11/2009)




Universidades federais criam 15 mil novas vagas no primeiro ano do programa Reuni



Investimento foi de R$ 415 milhões



O Ministério da Educação divulgou nesta sexta-feira, 27, o balanço de um ano do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Criado em 2007, o Reuni permitiu a reestruturação da rede federal de educação superior a partir dos projetos de expansão apresentados pelas universidades. O balanço apresenta as ações executadas em 2008, primeiro ano do programa.


A ampliação das vagas, a interiorização dos campi e a realização de concursos para docentes e técnicos administrativos demonstram a reestruturação da rede federal. O primeiro ano de implantação do Reuni contou com investimento de R$ 415 milhões.


No primeiro ano de implantação do Reuni, as universidades federais superaram a meta de criação de novas vagas, que inicialmente estava projetada em um aumento de 11%. Considerando que em 2007 as federais respondiam pela oferta de 132.451 vagas presenciais em cursos de graduação, o programa permitiu a criação de aproximadamente 15 mil novas vagas de ingresso em apenas um ano, totalizando 147.277 vagas.


Além disso, a expansão também contou com a criação de 180 novos cursos de graduação, totalizando 2.506 cursos ofertados em 2008. Para garantir a qualidade e o funcionamento dos cursos criados no âmbito do Reuni, as universidades tiveram condições de contratar novos docentes e técnicos administrativos.


Em 2008, foram autorizadas pelo Governo Federal um total de 1.821 vagas para docentes, dos quais 1.560 já tiveram nomeação publicada. Em relação aos cargos de técnicos administrativos, das 1.638 vagas criadas, 1.275 profissionais já foram nomeados. A previsão é de que as demais nomeações aconteçam até o final deste ano.


A pós-graduação também foi impulsionada a partir da instituição da Bolsa Reuni de Assistência ao Ensino, que prevê a distribuição de bolsas de mestrado e doutorado. Durante o ano de 2008 foram concedidas 941 bolsas, sendo 645 de mestrado e 296 de doutorado. A concessão das bolsas é feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a partir de recursos da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC.


A interiorização das universidades federais, outra meta do Reuni, foi concretizada pela implantação de 104 novos campi desde 2003, passando de 151 naquele ano para 255 em 2008. Com isso, as universidades federais chegaram no ano passado a 235 municípios atendidos. Em 2003, eram 114 cidades.


O balanço diz respeito às 53 universidades federais existentes à época de criação do Reuni. A Universidade Federal do ABC (UFABC), criada em 2005, e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), criada em 2008, não integram o programa, pois já iniciaram suas atividades com as inovações pedagógicas previstas pelo Reuni.


Atualmente, existem 57 universidades federais em funcionamento. As duas universidades mais recentes, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), tiveram seus projetos de lei aprovados no Congresso Nacional e sancionados, respectivamente, em setembro e novembro desse ano.


Outras duas novas universidades com características de integração internacional, a Universidade Federal da Integração Luso-Afrobrasileira (Unilab) e a Universidade Federal da Integração Latinoamericana (Unila) estão com seus projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional.  O Reuni foi instituído pelo Decreto Presidencial n° 6.096, de abril de 2007, e integra o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).


Reuni e Expansão Fase I - Em 2003, o Governo Federal lançou o Programa de Expansão Fase I das Universidades Federais, com o objetivo de promover a interiorização da educação superior pública. Em 2007, foi criado o Programa Reuni, que, somado ao Programa Expansão, possibilitou a ampliação do número de cursos e vagas nas universidades federais.


Os dois programas - Reuni e Expansão Fase I - totalizam, até o momento, um investimento já realizado de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. No que diz respeito às autorizações para realização de concursos públicos, as duas iniciativas somam 6.355 vagas para técnicos administrativos e 9.489 vagas para docentes. A expectativa do Ministério da Educação é que o investimento do Reuni alcance R$ 3,5 bilhões até 2012.


(Informações do Portal do MEC)
Jornal da Ciência e-mail 3899, de 27 de Novembro de 2009.

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR

“Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...

E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...”


Quando o Carnaval Chegar – Chico Buarque de Holanda


Oi pessoal,

Sou professor lotado na Escola de Engenharia em Niterói, mas acompanho atentamente a mobilização de toda a comunidade da UFF, especialmente a do pólo universitário de Volta Redonda, incluindo o seus estudantes. Li a “Carta do IV Encontro do Interior – Angra dos Reis”, postada neste blog. Gostei. Gostei. Bom texto e boas idéias. Estou contente.

Há muito me incomoda a descrença quase generalizada na Política (com P maiúsculo) como forma de mudar (e melhorar) a sociedade. A pasmaceira e o conformismo generalizado me assustam.

Cenas como as que foram mostradas pela TV no último fim de semana (denunciando políticos flagrados sorridentemente abraçados a pacotes de dinheiro) acabam, por vezes, desanimando alguns. Peço, contudo, que pensem – esse fato não é corriqueiro. Não se vê todos os dias corruptos flagrados em público e denunciados através dos principais telejornais (apesar de todo mundo ter uma vaga noção de que essas coisas acontecem desde Pedro Alvares Cabral). Alguma coisa está mudando.

A novidade é que a “grande imprensa” já manjou há muito tempo que o nível de informação (e, portanto, o de cobrança) das pessoas aumentou. Entrou na “pauta” dos jornalões. Quem não der atenção a isso, perderá espectadores. A quase totalidade da população “está de olho”, atenta, e quer mais detalhes sobre o que é feito com os impostos pagos pelos cidadãos. Pragmatismo e politização. Nada de se satisfazer apenas com discursos de protesto, mas também a exigência mudança real e de resultados visíveis na qualidade de vida. Queremos agora e queremos já. Queremos mais.

Minha satisfação é saber que a UFF não está somente formando bons profissionais, mas também, no processo, formando bons cidadãos. E nesse processo de troca e de participação nas discussões acadêmicas relevantes, todos nós, alunos e servidores (professores e técnicos administrativos), nos tornamos cidadãos melhores.

Fui de uma geração que errou demais no movimento estudantil. Queríamos dar todas as respostas para tudo, quando o mais importante era fazer as boas perguntas e discuti-las coletivamente. Fazer as coisas juntos. Convencer e ser convencido. Mudar e ser mudado. Evoluir e amadurecer. Acreditar na mobilização coletiva para, de fato, mudar o mundo (um pouquinho, que seja). OUVIR OS OUTROS. No processo de amadurecimento, necessariamente perdem-se algumas ilusões. Contudo, desfazer ilusões não é desencanto, é aprumar a voz para cantar ainda mais alto.

A mobilização de muitos aí no pólo para construir uma Universidade ainda melhor - com Excelência Acadêmica e Democracia - me emociona, com uma boa parte dos alunos visivelmente ensaiando os seus primeiros passos nos caminhos da organização e prática da (boa) Política.

Acredito em vocês. Acredito em mudanças. Sem ingenuidades. No processo, errarão (erraremos) muito ainda, mas sem perder o ânimo e o senso de humor, o que é fundamental. Tentaremos, sobretudo.

Para os desanimados, que acreditam na bobagem de que para participar na Política é preciso um enorme “jogo de cintura”, sugiro que façam uma rápida leitura da letra de Chico Buarque, acima. De repente o carnaval chega mais cedo – um carnaval fora de hora, uma imensa Micareta Acadêmica – o samba no pé de cada um sairá naturalmente, tenho certeza

Saudações Acadêmicas,

Heraldo

sábado, 28 de novembro de 2009

Carta do IV Encontro do Interior – Angra dos Reis

Os estudantes da UFF reunidos no IV Encontro do Interior, com a participação da ampla maioria dos campi da nossa universidade, tornam públicas as discussões realizadas e apresentam as reivindicações, bandeiras e proposta de calendário de mobilizações, fruto de nosso debate durante a preparação e realização deste que foi o maior encontro dos estudantes de interiorização da história da UFF.

A interiorização da UFF tem mantido um padrão de precarização e insustentabilidade. A manutenção de modelos de convênios que desconsideram a responsabilidade da administração superior com a gestão e manutenção dos cursos e com as condições estruturais que são mantidas, muitas vezes, por prefeituras.


O modelo de extensão de turma, que abre cursos de interiorização sem estabelecer sequer departamento nos lugares, tem tornado os estudantes desses campi reféns da politica de governo local, muitas vezes ficando sem aula ou sem a possibilidade de cursar as disciplinas por conta do cancelamento de vestibulares.


A assistência estudantil ainda é algo inacessível a grande parte dos cursos do interior, onde a maioria não goza de moradia ou restaurante universitário e as bolsas ainda são em numero reduzido. A dificuldade de manutenção dos estudantes na UFF do interior é fruto do descaso da atual administração com uma politica de assistência estudantil e com uma expansão responsável.

A infra estrutura dos campi é em muitos casos precária, mantendo-se ainda muitos deles sediados em escolas, containers e até mesmo porões de universidade privada. A interiorização a la carte, atendendo aos interesses políticos de elites politicas do interior, tem reproduzido um modelo de universidade baseado apenas no ensino como forma de apreensão do conhecimento. Os cursos que nem sempre preenchem os potenciais regionais da localidade onde se instalam e, na maioria das vezes, são instalados a margem de qualquer controle público.


Diante de todos esses problemas, alguns casos são emblemáticos. Quissamã, por exemplo, não tem laboratório de informática, faltam professores lotados no curso, ausência de bolsas, moradia. Ainda, em questão de democracia interna, o departamento que os representa é em Niterói. Pra piorar, não tem nem vestibular. Não podemos deixar Quissamã morrer!


O projeto de expansão do REUNI agravou a situação no interior, constituindo a continuidade e aprofundamento da precarização do ensino. A abertura de muitos cursos sem nenhum aporte estrutural de recursos, sem debate nas unidades e nenhuma preocupação com assistência estudantil tem agravado a situação. É o que estamos vendo acontecer na recente expansão em Campos.


Faltam livros, computadores, faltam professores, salas de aula, material didático e, mesmo assim, a UFF tem aberto uma série de cursos para atender as metas inviáveis impostas pelo governo federal às universidades. O Interior tem sido a maior vitima do autoritarismo do REUNI, convivendo com a abertura irresponsável de novos cursos.


A autonomia da Universidade, que no interior já é muito relativa devido as determinações de prefeituras, é ainda mais abalada quando a expansão se dá apenas com a preocupação de aumentar o numero de vagas para cumprir as metas estipuladas pelo decreto. Queremos um outro modelo de expansão, livre das imposições precarizantes do REUNI. Não podemos esquecer que o projeto na UFF foi aprovado com apoio da PM, que agrediu os estudantes com spray de pimenta e impediu a entrada de conselheiros estudantis contrários ao REUNI.


Se em Niterói temos que travar uma dura batalha para garantir a democracia, no interior ela é inexistente. Prevalecem ainda a eleição de diretores de polo indicados pela Reitoria sem nenhum debate na comunidade e sem processos de eleição. As eleições que se realizam não tem sido paritárias, limitando-se assim a participação estudantil nas decisões convivendo por muitas vezes com a ingerência das direções em assuntos estudantis. A participação dos estudantes em colegiados não tem sido garantida efetivamente e nossas demandas não tem sido ouvidas.


Por uma expansão diferente. Queremos estender a universidade pública para todos, por isso defendemos que a UFF continue a se expandir. Mas que expansão é essa? Saímos do IV Encontro do Interior convictos de que precisamos de um novo projeto de expansão para a UFF. Um projeto construído a partir de um debate entre professores, servidores e estudantes, baseado numa expansão com recursos públicos, com contratação de professores lotados nos campi, com estruturas física e administrativa próprias, com representações paritárias nos colegiados e departamentos.


Assistência Estudantil. Esse novo projeto de expansão precisa ser radicalmente diferente. Queremos um plano específico de assistência estudantil que atenda as demandas do interior, garantindo bolsas de monitoria, iniciação científica, bolsas de auxílio emergencial, transporte inter-campi, construção de bandejão e moradia nos polos universitários, além de verba específica para a organização e manutenção de bibliotecas e salas de informática.


Democracia. A universidade que defendemos não pode existir sem democracia. Precisamos avançar nessa discussão no interior e lutar para que as direções de polos e de unidade saiam da ditadura. Chega de diretores indicados pelo Reitor em troca de acordos e favores políticos. A eleição paritária para Reitor foi conquistada, e deve ser garantida por nós. Queremos mais: por eleições paritárias entre os 3 segmentos em cada unidade e polo de interiorização da UFF.


E ainda precisamos avançar. Conquistamos o plebiscito dos cursos pagos, em que cada membro da Comunidade Universitária da UFF poderá decidir se a nossa universidade continuará sendo privatizada ou se transformaremos todos os cursos de pós graduação pagos em cursos gratuitos. Por uma outra lógica de universidade, baseada nos interesses de todos e não de uma pequena minoria que lucra milhões com esses cursos. Vamos ao plebiscito.


Movimento Estudantil. Nosso encontro demonstra a necessidade premente de ampliar a organização estudantil no interior, é urgente construir uma campanha de organização de CAs no interior, com cartilhas e reuniões e todo o apoio do GT de interior do DCE.


Precisamos construir mais espaços de troca entre os cursos do interior construindo conselhinhos de CAs entre os campi do interior por proximidade e campanhas unificadas. Temos uma série de tarefas para o próximo período, teremos eleições para reitor que devem ser paritárias, segundo decisão do conselho universitário, e estamos vivendo um momento de intenso debate sobre a expansão a partir dos ataques que sofremos graças ao REUNI e precisamos por isso estar coesos e organizados.


A partir desse encontro damos inicio a uma campanha por uma expansão diferente com assistência estudantil, democracia e sem cursos pagos. Construamos uma calourada unificada em todos os lugares com o mesmo tema em 2010 e vamos para a batalha, defender a urgência na aprovação do Plano de assistência estudantil do interior, a gratuidade em todos os níveis e a mudança radical da expansão em cursos. Troquemos as metas do REUNI, pelas metas dos estudantes, professores e servidores da universidade e dos movimentos sociais.


Propomos:

. Ampliar a comunicação entre os estudantes da sede e do interior, através uma politica de comunicação, inclusão das pessoas na lista de ME UFF, construção de uma lista de email do interior e blog do interior.

. Criação de listas grupos on-line dos GTs do DCE, . Ter acesso aos documentos de convênios entre a UFF e terceiros.

. Fazer reuniões entre os campi de interior da UFF, por região. . Construir uma cartilha que oriente para a construção de CAs e Das nos campi do interior.. Lutar contra os cursos pagos na UFF, junto aos estudantes da sede.

. Lutar pelo passe livre para estudantes universitários, e transporte inter-campi, incluindo transportes intermunicipais e interestaduais.

. Ato no CUV com resolução sobre interiorização democracia, financiamento, REUNI.

. Criação de um Fórum permanente de Lutas dos Estudantes do Interior da UFF.

Garantia de espaço para os campi do interior no Jornal do DCE.

. Moção de Apoio à luta contra a homofobia.

Encaminhar o debate de opressões no interior.

. Apoio ao abaixo assinado pela liberação da entrada de mães estudantes com filhos no Bandejão.

. Que o DCE entre na luta pela segurança nos campi do interior, com concursos públicos para vigilantes e pelo fim da terceirização da segurança na UFF.

Construção de um plano de expansão da Universidade, fora dos marcos do REUNI, priorizando a assistência estudantil, autonomia, democracia, qualidade do ensino pesquisa e extensão e financiamento construída pelos estudantes, técnicos e professores.

Campanha pela democratização dos campi do interior.

Defesa do tripé ensino, pesquisa e extensão em toda UFF, sede e interior.

sábado, 21 de novembro de 2009

ANJO TORTO E OUTRAS HISTÓRIAS


I - PARABÉNS À EFICIÊNCIA 1

Em uma semana já foi corrigido o equívoco das gratificações mencionadas na página da UFF, comentado numa postagem anterior. Tratava-se, como eu já havia presumido, de uma falha de digitação. Ainda resta corrigir as gratificações atribuídas a alguns vice-coordenadores de graduação. Mas isso também será rápido, eu creio.

Algumas pessoas ficaram aborrecidas com o apontamento publico de uma falha o qual poderia gerar interpretações dúbias. Não era essa a minha intenção. Peço publicamente desculpas se causei essa impressão.

Contudo, me pareceu que a ira foi dirigida na direção errada. Faço aqui uma imagem – imaginem se o STF publicasse em seu sítio oficial a informação equivocada de que todo juiz que use gravata no trabalho receberia uma gratificação “adicional por uso de gravata”. A impressa divulgaria esse fato, por ser muito surpreendente e baseado numa fonte mais do que objetiva. Haveria comoção. Rapidamente a falha seria corrigida. Contudo, todos gostariam de saber como uma informação equivocada teria sido colocada numa página pública e oficial. Ninguém culparia a imprensa por ter divulgado o fato, eu acho.

Creio que todos entenderiam imediatamente o absurdo da situação. Não imagino juízes protestando por nunca terem recebido a gratificação, apesar de terem usado gravata a vida inteira e nem protestos de juízas por discriminação de gênero, já que a maioria delas não adota esse item de indumentária.

II - PARABÉNS À EFICIÊNCIA 2.

A comissão encarregada de reorganizar a legislação sobre concursos públicos na UFF se reuniu na semana passada e, em breve, deve encaminhar o anteprojeto às câmaras do CEP. O fato desse anteprojeto já estar em fase adiantada há mais de um ano e não ter sido finalizado e/ou encaminhadao às câmaras também havia sido comentado numa postagem recente. Boa coincidência, ganhamos todos nós.

III - O MEU ANJO TORTO NÃO SORRI

Comentei em algumas das últimas mensagens o “anjo torto” de Drummod e o “anjo morto, louco solto louco, torto pouco morto” de Torquato – um aconselhando a ser “gauche na vida”, outro, “entre um sorriso de dentes, a desafinar o coro dos contentes''.

O “sorriso de dentes” do anjo de Torquato sempre me incomodou. Anjos tortos iluminam e confundem, provocam e ironizam, mas não sorriem.

Como Drummond e Torquato, sempre tive a companhia de um anjo torto, toda a vida, a vida toda. Acreditem, não é brincadeira. Meu anjo torto é principalmente olhos. Olhos e boca. É contemplativo e provocador. Me condenou aos olhos e boca, desde pequenininho. Meu anjo torto é poeta, e, portanto, como diz Cecília, não é alegre nem é triste. Certamente, não sorri.

Numa noite, em 1991, acordei e pintei o seu rosto em menos de dois minutos (deixo ele com vocês). É o único dos meus quadros que eu deixo sobre a minha cabeceira. Foi o único, até hoje, que a minha filha não perguntou o que (ou quem) era, o que significava ou porque eu o tinha feito. Ele simplesmente estava lá e fazia companhia ao pai.

Não sei por que me deu vontade de escrever sobre isso.

Saudações Acadêmicas,

Heraldo.





sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EXTRA, EXTRA, EXTRA... ELEIÇÕES NO PÓLO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

por Pensamento Acadêmico



O PUVR terá eleições já entre os dias 25 e 26 de novembro, de acordo com o edital n°. 01. O presente edital refere-se à escolha de chefes e subchefes dos departamentos de ensino da EEIMVR (Ciências Exatas, Engenharia Mecânica, Engenharia de Agronegócios, Engenharia de Produção e Engenharia Metalúrgica e Materiais) e também da escolha do coordenador e vice-coordenador do Curso de Engenharia de Agronegócios. Além disso, o mesmo edital também prevê o procedimento para a eleição da diretoria do Diretório Acadêmico Dezessete de Julho.


De acordo com o edital, a Comissão Eleitoral Local (CEL) foi aprovada pelo Colegiado da Unidade em 06/10/09 em referência as Determinações de Serviço EEIMVR Nº 28 e 29 de 07 de outubro de 2009. Vale a pena alertar que na DTS n°. 28 não aparece qualquer indicação em relação ao Departamento de Engenharia de Produção e que a n°. 29 refere-se a eleição Diretório Acadêmico Dezessete de Julho. Aproveitamos a oportunidade para também divulgar o edital nº. 02 (Fig.1) que se refere a homologação das inscrições das chapas que deverão concorrer as estas consultas eleitorais em Volta Redonda no final do mês de novembro. O curioso é que neste último edital aparece uma referência a uma DTS/EEIMVR n°.30. Como perguntar não ofende; seria esta DTS referente a eleição do Departamento de Produção?



 Fig.1: Fotografia do edital n°. 02 da EEIMVR.


Por fim, para aqueles que imaginaram que teríamos eleições democráticas para escolher uma nova direção e vice-direção do PUVR, lamentamos informar que ainda não temos nem data e muito menos qualquer previsão a curto prazo. Portanto, ainda não podemos exigir o prêmio ao nosso estimado e ativo colaborador, Prof. Heraldo, que insiste em fazer perguntas difíceis de serem respondidas.


Saudações Acadêmicas à Comunidade do PUVR