sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Docentes do IF-UFRGS manifestam preocupação com o financiamento de pesquisa

Confira a íntegra da carta enviada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O Conselho do Instituto de Física da UFRGS reunido no dia 25 de novembro informado das dificuldades orçamentárias pelas quais o CNPq passa e que inviabilizaram o atendimento adequado da demanda qualificada dos pedidos de apoio à pesquisa e de bolsa de produtividade em pesquisa vem, por meio desta, manifestar a profunda preocupação com o financiamento da pesquisa em ciência básica e em inovação via governo federal.

O fomento regular e ininterrupto à pesquisa tem possibilitado uma expansão sem precedentes na quantidade e na qualidade da pesquisa que o Brasil desenvolve na área de física.  Os frutos de todo este processo podem ser vistos não somente no impacto das publicações nacionais e na participação de pesquisadores brasileiros como palestrantes em eventos internacionais mas também pelo crescente número de patentes e empresas incubadas em diversas universidades do País. Hoje o Brasil é rota obrigatória para as conferências mais importantes do mundo e estamos presentes nos conselhos científicos internacionais.

Graças ao projeto de expansão REUNI e a este financiamento à pesquisa consistente, vários pesquisadores brasileiros residentes no exterior estão sendo repatriados.  Além disso, um número crescente de pesquisadores estrangeiros está buscando o Brasil para se estabelecer.

Infelizmente o ano de 2011 interrompeu esta história de sucesso com um financiamento à pesquisa aquém do necessário até mesmo para manter a infraestrutura já implantada. A paralisação do fluxo de investimento em PD&I certamente ocasionará perdas irreparáveis para toda a comunidade científica nacional, além de inviabilizar o ingresso de nosso país no mercado de alta tecnologia e inovação. Não se revertendo esta tendência, estaremos condenando ao fracasso científico os jovens que repatriamos e as novas gerações que estão entrando no sistema de pesquisa agora. Se o Ciência sem Fronteiras se propõe a ser um canal para alavancar o futuro do Brasil em termos de ciência, a falta de financiamento agora é uma garantia para que este futuro não tenha a infraestrutura mínima para se desenvolver. Em física, o futuro é agora.

Enfim, solicitamos que a presidência do CNPq alicerçada na comunidade científica nacional busque formas de sensibilizar o Governo Federal da necessidade de um aumento dos recursos financeiros destinados às bolsas de pesquisa e ao financiamento da mesma no País.

Aproveitamos a oportunidade para parabenizar a presidência do CNPq pela implementação de uma gestão em C&T mais ágil na submissão de projetos, página e processo de importação.

Respeitosamente
Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Diretoria

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