domingo, 4 de outubro de 2009

Laboratórios na UFF de Volta Redonda

A Universidade moderna tem como papel a realização de atividades de Ensino (cursos de graduação e pós-gradução), Pesquisa e Extensão visando sempre servir a sociedade. Essas atividades deveriam ser indivisíveis a fim de se promover a evolução e o aprimoramento das habilidades e capacidades técnicas e analíticas das pessoas. Numa postagem anterior (http://pensamentouffvr.blogspot.com/2009/09/valorizacao-dos-professores-na-nossa.html) por mim redigida, este assunto foi mencionado e discutido tanto por alunos quanto por outros colegas. Nesta ocasião fiquei me questionando qual seria o papel de laboratórios bem montados e equipados dentro de uma Universidade, mais especificamente na nossa realidade da Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda - EEIMVR.

Devo confessar que tenho tentado fazer um exercício em que imagino como estarão as nossas instalações daqui a 2 ou 3 anos. Pensei neste espaço de tempo já considerando que os laboratórios estariam em pleno funcionamento e também que pudéssemos avaliar a importância, a abrangência e também o retorno para a sociedade dos vultosos investimentos (cerca de R$ 7.500.000,00 desde 2005, considerando-se apenas equipamentos de pequeno, médio e grande porte) feitos nos últimos anos na nossa Escola. Aproveito a oportunidade para parabenizar todos os pesquisadores da EEIMVR que têm mostrado como a força do trabalho nesta IFES (Instituição Federal de Ensino Superior) pode revolucionar uma Escola de 48 anos de existência. Neste contexto, acredito que a formação dos nossos alunos de graduação e pós-graduação e também que as colaborações e convênios com o setor produtivo serão diretamente beneficiados a médio prazo pelo funcionamento dos laboratórios.

Neste último ano tenho coordenado o primeiro Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica (LMME) da UFF e somos reconhecidos como um “caso de sucesso” perante a FINEP (agência de fomento que financiou o LMME) e também pela PROPPi (Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação) da UFF. O modelo escolhido para o funcionamento do LMME se baseia na qualificação de usuários para atender as necessidades de pesquisa, ensino e também extensão por parte dos acadêmicos internos e externos a EEIMVR. Neste sentido, os cerca de 20 usuários já treinados e habilitados têm auxiliado alunos de mestrado, doutorado e graduação na confecção de análises junto aos nossos equipamentos. O setor produtivo e outras Universidades (USP, UNESP, FOA e Universidade Nacional de Rosario. – Argentina) já iniciaram um processo de aproximação e/ou colaboração com o LMME nos últimos meses. No ensino, temos utilizado de forma ativa os equipamentos para ministrarmos nossos cursos. Enfim, estamos consolidando um laboratório moderno e disponível para toda a academia.


Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica da UFF.

Assim sendo, quando fico imaginando este cenário sendo repetido com este formato ou com outros que possivelmente serão propostos pelos colegas, tenho certeza que a EEIMVR será considerada referência na região Sul Fluminense e também no Estado do Rio de Janeiro na área tecnológica. Por esta razão, considero saudável e plenamente justificável buscarmos discutir a nossa infraestrutura física que deverá abrigar os nossos laboratórios de engenharia de agronegócios, engenharia mecânica, engenharia metalúrgica, engenharia de produção, física, química e também de outras ciências. Acredito que o blog Pensamento Acadêmico UFF – Volta Redonda pode ser um local para discutirmos estas importantes questões sem partidarismos ou particularidades. Por outro lado, também gostaria que a discussão fosse amplamente abordada em outros fóruns da UFF, como por exemplo, na Agenda Acadêmica e principalmente junto às Coordenações e Departamentos de Ensino da EEIMVR tanto pelos alunos quanto pelos professores e técnicos. A democracia requer o nosso constante trabalho e construção para podermos nutrir um sentimento de dever cumprido para com a sociedade.

Saudações acadêmicas,

Fabrício

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O ASSÉDIO MORAL

Oi pessoal,

Esse é mais um texto que saiu “do fundo do baú”. Contudo, o assédio moral ainda é um tema importante a ser discutido na UFF e, em particular, no pólo de Volta Redonda.

Uma das principais motivações para eu solicitar, em 2008, após dois anos de atividades, o afastamento da presidência da Comissão de Ética Pública da UFF foi uma certa frustração por não poder atender de fato às muitas pessoas que me procuraram tratando desse assunto. Algumas dessas pessoas eram lotadas em Volta Redonda.

Encaminho, a seguir, partes de um texto que enviei para alguns colegas (técnico administrativos e docentes) enquanto ainda estava na Comissão. Ele é procedente pois, infelizmente, em alguns setores do serviço público, o assédio moral ainda é usado como instrumento para calar ou intimidar pessoas e/ou grupos que buscam manifestar suas opiniões.

Lembro que o assédio é uma questão de difícil verificação. Infelizmente, ainda buscamos fechar os olhos e fingir ignorar o que algumas vezes acontece ao nosso lado. O basta ao assédio depende da informação, organização e mobilização de todos nós. Aí vai o texto.


“O QUE É ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

É a exposição a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para a pessoa e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, em alguns casos, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o 'pacto da tolerância e do silêncio' no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, 'perdendo' sua auto-estima.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do indivíduo de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos países desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do 'mal estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho.

Estratégias do agressor

-Escolher a vítima e isolar do grupo.
-Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
-Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.
-Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
-Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante.
-Levar a vítima a gestos de desespero que podem levá-la a pedir demissão ou a ser demitida, freqüentemente, por insubordinação.


Explicitação do assédio moral:

Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, tornar público algo íntimo, não explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.

O basta à humilhação depende da informação, organização e mobilização de todos nós. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito 'ao outro como legítimo outro', no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.”


Saudações Acadêmicas
Heraldo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

COMO FAZER UM ELEFANTE DESAPARECER

Pessoal,

Como um mágico faz um elefante desaparecer do palco? Ele cria alguma distração e o elefante é retirado calmamente do palco. Quando todos voltam a prestar atenção no elefante – sumiu!

Na política, como na mágica, isso é muito comum.

Vocês já repararam que sempre que algum assunto muito importante está para ser discutido no Conselho Universitário (como, por exemplo, as consultas eleitorais nos pólos e/ou a escolha de representantes dos pólos nos conselhos) aparece novamente em pauta a discussão sobre a proibição total dos cursos autofinanciáveis. Quando as atenções se voltam para o assunto importante - sumiu!

Saudações Acadêmicas
Heraldo

QUANDO A VIDA IMITA A ARTE

Odorico Paraguaçu foi um dos melhores e mais geniais personagens ficcionais criados pelo dramaturgo Dias Gomes. Na televisão, foi imortalizado pelo ator Paulo Gracindo durante o ano de 1973 . Odorico ou o “Bem Amado” era prefeito da cidade de Sucupira, e a sua obsessão era inaugurar o único cemitério da cidade, construído como a principal promessa de sua campanha. O grande dilema do Odorico era que após a inauguração do cemitério, ninguém mais morria. Desesperado, esta situação fez com que tomasse iniciativas macabras para concretizar sua promessa, provocando situações surreais.

A seguir veremos uma pequena lista de grandes realizações do Odorico em Sucupira:

- Primeiro prefeito reeleito do Brasil, num tempo em que a reeleição nem existia;

- Primeiro prefeito que renunciou e des-renunciou em apenas um final de semana

- Primeiro prefeito a vender as empresas municipais (muito antes dos governadores e presidentes venderem estatais);

- Primeiro prefeito a pegar verbas de empreiteiras;

- Primeiro prefeito a enviar divisas a um banco do exterior;

- Primeiro prefeito a vender a mãe para ganhar a eleição;

- Primeiro prefeito a acusar a imprensa de ser marronzista;

- Primeiro prefeito a colocar parentes e cupinchas no gabinete;

- Primeiro prefeito a fazer acordos com a oposição;

- Primeiro prefeito a dizer que não sabia de nada;

- Primeiro prefeito a subir vertiginosamente os impostos municipais;

- Primeiro prefeito a inaugurar o cemitério de Sucupira.

Já aqui na Sucupira Cinzenta:

- os comandantes são nomeados ao invés de serem eleitos de forma democrática sem justificativa plausível (esta estória pra boi dormir de que alguns professores querem ser eleitos e estão em estágio probatório...);

- os comandantes não conseguem ler relatórios extensos, preferem resumos simplificados e com desenhos;

- os comandantes acham que projeto acadêmico se resume a operação belezura, com plantas e bancos espalhados nos corredores e no pátio;

- os comandantes também vendem a mãe para ganhar eleições (distribuindo abraços, beijinhos e também saem dos seus gabinetes);

- os comandantes teimam em chamar educadores de pessoas sem ética por denunciarem que laboratórios de ensino não atendem aos alunos de forma eficiente;

- os comandantes têm um ego enorme e acham que além de pseudo-professores também podem ser técnicos de futebol;

- os comandantes declaram dados e informações equivocadas para grandes platéias e preferem receber as pessoas nos seus confortáveis gabinetes (é mais acolhedor, não é?);

- os comandantes pensam o dia inteiro como “pacificar” a oposição marronzista que continua a ser uma grande pedra no sapato deles;

- os comandantes distribuem tico-tico para seus fieis seguidores e cupinchas para garantir as eleições;

- os comandantes querem inaugurar a Universidade Federal Sul Fluminense (UFSF), e quem serão os defuntos...

A realidade é dura e a arte nos deixa com liberdade poética às vezes....

Saudações Acadêmicas,


Fabrício

A Eleição no PUVR

Caro Emmanuel

Agradecemos sua intervenção no CUV em favor das eleições nos Polos. É evidente que a defesa de um processo eleitoral se firma sobre argumentos legais e políticos.
Só não podemos compreender é a preponderância de argumentos políticos sobre questões acadêmicas de eneorme relevância na Universidade. Precisamos urgentemente valorizar o mérito nos processos decisórios.

Saudações Acadêmicas e até breve


Luiz Carlos Rolim Lopes