terça-feira, 19 de abril de 2011
Os novos cursos de graduação
domingo, 17 de abril de 2011
Gastos privados com Educação
Diante da péssima qualidade da educação pública brasileira, muitas famílias acabam gastando uma parcela significativa da sua renda com educação privada. Uma pesquisa recente do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Insper calculou pela primeira vez o total de gastos privados com educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), utilizando dados das pesquisas de orçamentos familiares (POF) do IBGE. O valor gasto pelas famílias brasileiras com educação atingiu 1,3% do PIB em 2009. Isso é muito ou pouco?
O gráfico compara os gastos públicos e privados com educação em vários países. Podemos verificar que os gastos do Brasil (tanto públicos como privados) estão um pouco acima da média da OCDE. Em termos de gastos públicos, o Brasil gasta mais do que Chile, Alemanha e Coreia e menos do que os Estados Unidos e a Islândia. Vale notar que as estatísticas brasileiras não incluem os gastos com aposentadoria dos professores das redes públicas de ensino, ao contrário do que ocorre na maioria dos países da OCDE. Em termos privados, o Brasil gasta mais do que México e Portugal, mas menos do que Coreia do Sul e os Estados Unidos.
O total gasto pelas famílias com educação em cada país depende de uma série de fatores. O primeiro deles é a qualidade da educação pública. Quanto maior é o aprendizado dos alunos nas escolas públicas, menor é a probabilidade de que as famílias queiram gastar sua renda com educação privada. Além disso, o montante gasto depende da importância do aprendizado para o acesso às melhores faculdades de cada país. No Brasil, por exemplo, o acesso ocorre por meio de vestibulares concorridos. Assim, muitas famílias prefeririam colocar seus filhos nas melhores escolas privadas, mesmo que as escolas públicas fossem boas, para aumentar a chance de ingresso. Comparam custo e benefício. O mesmo ocorre na Coreia, na China e no Vietnam, onde a educação é verdadeira obsessão nacional.
País gastou em 2009 cerca R$ 15 mil por aluno do ensino superior, e só R$ 3 mil por aluno no ensino básico
Além disso, o estágio de desenvolvimento do país conta muito. Nos países mais ricos, como os Estados Unidos, as famílias já dispõem de renda suficiente para gastar com educação, sem que isso prejudique outros gastos essenciais com saúde, habitação e alimentação. No Brasil, apenas uma parte das famílias está nessa situação, embora 33% delas tenham gasto algum montante com educação em 2009. Nesse caso, é a falta de alternativas que conta. Por fim, devemos levar em conta as diferenças institucionais entre os países. No Chile, por exemplo, há um sistema de "vouchers" em que as famílias podem matricular seus filhos em escolas privadas sem gastar recursos próprios, pois quem paga é o governo. No Brasil, gastos de até R$ 2.710,00 por ano são dedutíveis do Imposto de Renda.
Os dados nos permitem analisar também como são aplicados os gastos das famílias. Como esperado, a maior parte dos recursos é gasta com mensalidades de cursos regulares do ensino básico (30%) e superior (35%). Além disso, entre 2003 e 2009 os gastos com pós-graduação dobraram (de 3% para 6% dos gastos totais), acompanhando a valorização do mestrado pelo mercado. Os gastos com cursinhos para vestibular são significativos, enquanto os gastos com professores particulares ainda são pequenos. Os brasileiros gastaram quase R$ 2 bilhões com livros didáticos em 2009, ou seja, quase R$ 10 por habitante por ano. O gasto com o aprendizado de línguas estrangeiras, para complementar o que é oferecido nas escolas, foi de cerca de R$ 1,8 bilhão.
Vale notar que o gasto público, atualmente em 5,1% do PIB, é muito mal distribuído. Gastamos em 2009 cerca R$ 15 mil por ano por aluno do ensino superior, mas apenas R$ 3 mil por aluno no ensino básico. Dessa forma, o país teria muito a ganhar se os gastos públicos fossem redirecionados do ensino superior para o ensino básico, especialmente para o infantil. Na verdade, isso já vem ocorrendo, pois a razão entre os gastos públicos por aluno do ensino superior e básico, que era 11 em 2000, declinou para 5,2 em 2009. Política educacional na direção correta.
Em suma, para a classe média voltar para a escola pública, é preciso melhorar dramaticamente a qualidade do ensino nessa rede. Para que isso aconteça, antes de aumentar ainda mais os gastos públicos, é necessário melhorar a gestão do sistema público de ensino e distribuir melhor os recursos existentes.
*Professor titular - Cátedra IFB e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, professor associado da FEA-USP e escreve mensalmente às sextas-feiras.
Fonte: Jornal da Ciência - (Valor Econômico)
terça-feira, 5 de abril de 2011
Com a palavra, o Presidente do CNPq
domingo, 27 de março de 2011
FRASES, DITADOS E MITOS: A ELEIÇÃO DA DIREÇÃO DA EEIMVR
“Sua tarefa é descobrir seu trabalho e dedicar-se a ele de todo coração.” Siddharta Gautama
1 - História recente
Estamos vivendo tempos cujas transições têm sido extremamente rápidas na UFF de Volta Redonda durante os três últimos anos. Estas transições locais têm tido como principal força motriz o conceito inicial de expansão. A expansão se baseou inicialmente (ano de 2005) no aumento da oferta de vagas dos cursos de engenharia, na contratação de professores e, por conseguinte, na criação de novos cursos de graduação (Engenharia de Agronegócios e Administração). Nos últimos dois anos, tais mudanças foram aceleradas graças ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) do governo federal. O Reuni, naquele momento, permitiu a consolidação de um projeto realmente de cunho acadêmico no hoje PUVR. Devemos lembrar que o supracitado projeto acadêmico não se resumia somente às obras de ampliação e reforma do prédio Edil Patury Monteiro da EEIMVR e à construção de um novo espaço universitário (campus Aterrado). Talvez este estágio tenha realmente iniciado um processo real de “crescimento” em substituição aos planos iniciais que, de certa forma, podemos hoje considerar um tanto acanhados e sem qualquer “planejamento estratégico” para se levar a cabo um processo de expansão na terra do aço.
2 – Eleições 2011
Nossa visão de futuro começou a ser discutida, para variar um pouco, junto a uma mesa de café no Shopping Pontual, formalmente o nosso “escritório avançado”. A discussão se arrastou de novembro até o momento de inscrição da nossa chapa. Antes de mais nada, devemos reconhecer que, entre acertos e erros, o saldo capitaneado pelo o nosso grupo político foi positivo. Alguns de nós deverão se lembrar incisivamente que perdemos a eleição. É fato que em relação aos números de votos (40% do total) que a Chapa 1 obteve, não foram suficientes para ganharmos a posse da sala “Antonio Fontana” pelos próximos 4 anos. Somente a título de curiosidade, antes da eleição os nossos números indicavam um resultado entre 40 e 44 votos docentes, obtivemos o apoio de 36 colegas, contra 53 sinalizações pela continuidade da gestão atual.
Neste contexto, o “planejamento estratégico” era de alcançarmos um percentual maior do que a chapa do ano de 2006, Jayme e Flávio Ferreira, e também marcar posição frente aos reais problemas da nossa Escola de Engenharia de forma independente de quaisquer chapas concorrentes. Em outras palavras, a intenção era apresentar propostas sérias e exeqüíveis de serem implementadas a curto e médio prazo. Além disso, durante a campanha conseguimos falar com vários colegas da Metalurgia que se encontravam bastante distanciados e principalmente dar um recado de “união e harmonia” a toda Comunidade Acadêmica. Sim, fizemos tudo o que era possível. Enfim, lutamos o bom combate sem entrarmos em questões pessoais e mesquinhas, ou seja, saímos do discurso da ética para uma prática pacífica, tranqüila e calma. Não usamos “praguinha” (botons adesivos com alusão a qualquer “Chapa XX”) e muito menos realizamos qualquer tipo de panfletagem. Internamente, conseguimos o apoio e o trabalho de todos de forma incansável, mesmo diante de problemas como listas de votação, ataques pessoais, provocações de antigos amigos e principalmente olhares e palavras de insulto, desrespeito e literalmente exumações de cadáveres no auditório da EEIMVR.
3 - Conclusões
Tenho certeza que “nunca antes na história dessa Escola de Engenharia de 50 anos de sucesso”, as idéias foram apresentadas de forma tão discreta e principalmente ecoaram tanto entre o corpo discente, os técnicos-administrativos e os nossos colegas de metiê. Gostaria de agradecer a todos, em especial ao Alexandre e ao Zé Adilson, por permitirem que eu estivesse em todos os momentos ao lado deles no bom embate. E parodiando o meu colega e amigo Prof. Jayme, que sempre cita a sua vasta cultura de Discovery Channel:
“Resistir sempre até que os leões se tornem cordeiros e vice e versa” filme do Robin Hood.
Saudações Acadêmicas,
Fabrício Lins