segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brasil tenta atrair mais estrangeiros para universidades

Hoje, colombianos e peruanos lideram a demanda de fora por educação superior
As principais universidades brasileiras querem aumentar o número de alunos estrangeiros na graduação e pós-graduação no país. O total de estudantes de outros países em grandes universidades do mundo, como as americanas Columbia, Harvard e Stanford e a britânica Cambridge, giram em torno de 20%, somando graduação e pós-graduação.

Na USP, Unesp e Unicamp -que estão entre as principais universidades do país e, juntas, somam mais de 50% da produção científica nacional- a fatia de estrangeiros está em torno de 2%.

"Estamos aumentando o escritório de internacionalização e triplicando o número de funcionários", contou o reitor da Unicamp, Fernando Costa, à Folha.

Lá, boa parte dos atuais 533 estrangeiros são da Colômbia (155) e Peru (126). Para ele, é preciso ter infraestrutura para atender esses alunos, "coisa que já existe nas universidades europeias e americanas".

A agrônoma uruguaia Cecilia Gianoni concorda. Ela decidiu fazer doutorado no Brasil depois de alguns trabalhos em cooperação com a Unicamp. "A infraestrutura é boa, mas a burocracia é maior do que na Argentina, onde fiz mestrado", conta.

Parte desse arcabouço necessário é o sistema de bolsas de estudos. As duas principais instituições de fomento à pesquisa nacionais, Capes e CNPq, oferecem juntas quase 2.000 bolsas para estrangeiros na pós-graduação no país, a maioria de países da América Latina, em especial Peru e Colômbia.

"Estamos pagando para formar estrangeiros? Não é isso. Trata-se de um trabalho de colaboração", diz Vahan Agopyan, pró-reitor de pós-graduação da USP -na qual a internacionalização também está sendo priorizada.

Agopyan lembra que a ideia também é enviar estudantes brasileiros para fora do país. Hoje, USP e Unicamp têm cerca de 2,5% dos alunos da pós-graduação com experiência internacional. A Unicamp quer chegar a 15%. Já a USP não fala em números específicos.

O corpo docente também tem sido alvo das políticas. Para atrair os professores de fora, a Unicamp espalhou anúncios em revistas internacionais e já recebeu mais de 150 pretendentes. "A meta é ter professores estrangeiros em áreas deficitárias no Brasil", diz o reitor da Unicamp.

Aulas em inglês, como ocorre nas grandes universidades internacionais, não estão nos planos ainda. Mas a hipótese não está descartada. "Isso não fere a identidade nacional", diz Agopyan.

A USP já tem uma pós-graduação internacional, em Piracicaba, totalmente em inglês, e em parceria com instituições dos EUA. Talvez seja apenas a primeira.
(Sabine Righetti)
(Folha de SP, 24/7

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O longo caminho da pesquisa científica

Muitos cientistas brasileiros optam por recusar carreiras internacionais em nome do desenvolvimento do país. É uma luta árdua, porém. Investimentos na área crescem, mas ainda são insuficientes. Especialistas pedem que empresas apostem em pesquisa
O sonho de ser cientista quase sempre começa na escola, seja na descoberta do sistema solar, na tradicional experiência do broto do feijão ou nos kits de química vendidos em bancas de jornais. Depois chegam os estudos, as especializações e muitas, muitas horas de pesquisa em laboratórios.

Além dos desafios práticos da profissão, no Brasil é preciso lutar ainda mais arduamente por um lugar no mundo da ciência. Muitos buscam outros países para fazer mestrado, doutorado ou pós-doutorado e depois voltam para tentar aplicar na terra natal os conhecimentos adquiridos.

Nos últimos oito anos, o investimento na área cresceu muito pouco. Os especialistas avaliam que ainda faltam dinheiro e decisão política de apostar fortemente na área para que a ciência brasileira possa dar um salto. Mesmo assim, muitos brasileiros optam por recusar oportunidades no exterior para permanecer no país e dar sua contribuição.

Para o brasiliense Sidarta Ribeiro, a paixão pela ciência começou cedo. A influência de um tio cientista amador, do livro Cosmos, de Carl Sagan, e dos filmes de Jacques Cousteau o fez interessar-se ainda mais pelas aulas de física, biologia e matemática. "No meio do ensino médio, comecei um estágio voluntário no laboratório de microbiologia da Universidade de Brasília, com os professores Loreny Giugliano e Isaac Roitman, e nunca mais saí do ambiente científico", conta.

Depois de se formar em biologia, Sidarta fez um mestrado em neurociência na Universidade Federal do Rio de Janeiro e partiu para os Estados Unidos. Lá, fez um doutorado em neurociência na Universidade Rockefeller e um pós-doutorado na Universidade Duke.

"Saí do Brasil com a decisão de regressar, e trabalhei todo o tempo para construir as condições de retorno. A ciência praticada nas melhores universidades do mundo é extremamente dinâmica e rica", afirma o professor, especialista em estudos dos sonhos. Após 11 anos no meio científico norte-americano, ele foi convidado para fundar o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao lado do professor Miguel Nicolelis.

O investimento no desenvolvimento em pesquisa, tanto no setor público quanto no empresarial, subiu de R$ 29 milhões para R$ 43 milhões, de 2000 a 2008. Para Luiz Davidovich, professor do Instituto de Física da UFRJ e coordenador-geral da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que vai definir a política pública para a ciência nos próximos 10 anos, em conjunto com o governo federal, os avanços são visíveis.

"Os investimentos aumentaram a complexidade do sistema, incentivaram a criação de secretarias estaduais e municipais. As publicações brasileiras estão aparecendo com destaque no mundo", defende.

Visita transformadora

Aos 15 anos, a pesquisadora Tania Araújo-Jorge fez uma visita a um museu de ciência em Munique que mudou sua vida. "Aquilo me marcou muito e desde então sabia que iria seguir esse caminho. Fiz vestibular para medicina e fui logo trabalhar com pesquisa em laboratório", conta a diretora do Instituto Oswaldo Cruz.

Com pós-doutorado na Universidade Livre de Bruxelas e no Instituto Curie de Paris, ela se especializou em desenvolver inovações terapêuticas para a doença de Chagas. "Fazer uma especialização no exterior foi uma experiência positiva e uma oportunidade de poder trabalhar de igual para igual com outros cientistas. Fui com intenção de voltar e depois de desenvolver um grupo aqui. O meu país investiu para que eu estivesse lá e foi meu compromisso retornar", diz.

Para o cientista paulistano Sandro José de Souza, um pós-doutorado em Harvard, nos Estados Unidos, foi peça-chave na carreira. Ele trabalhou com o prêmio Nobel de Química Walter Gilbert na área de bioinformática e, depois do treinamento, voltou para o Brasil para trabalhar com genômica no Instituto Ludwig de Pesquisa Sobre o Câncer.

"Nunca passou pela minha cabeça ficar lá. Queria voltar. Acho importante, porém, incentivar os cientistas a saírem para ter uma experiência internacional, perder a percepção de que nós não somos tão bons quanto eles e para perder o medo de competição. A gente volta com uma atitude nova e o país só tem a ganhar com isso", afirma.

Com dois pós-doutorados, um nos Estados Unidos e outro na Suíça, o neurocientista Renato Malcher-Lopes, especialista em controle hormonal da atividade cerebral, precisou voltar para Brasília por uma questão familiar. Depois de ficar quase um ano desempregado, entrou na área acadêmica.

Para ele, o desenvolvimento da ciência aqui ainda é muito mais tradicional e burocrático do que em outros países. "Existe uma situação paradoxal: a pesquisa é muito forte e os grupos estão mais amadurecidos, mas o sistema de recursos é muito centrado na experiência prévia com estudos, o que favorece os que já estão estabelecidos; isso, por sua vez, faz com que, se alguém chega com uma técnica nova, tenha um problema de infraestrutura", comenta.

Ter a chance de comandar um laboratório para colocar suas pesquisar em prática, como aconteceu com Sidarta, ainda é um privilégio. Para quem faz um pós-doutorado no exterior, a volta nem sempre garante condições para se estabelecer.

"Cabe ao governo uma ação para trazer esses cientistas para trabalharem aqui no Brasil. A China está atraindo os jovens formados no exterior com todas as facilidades. Eles começam a trabalhar com equipamento de primeiríssima qualidade e salários convincentes. É um exemplo que devemos seguir", diz Luiz Davidovich. Em 2003, quando o governo Lula começou, o número de bolsas para cientistas no Brasil e no exterior não passava de 14 mil. Hoje, chegam a 42 mil.

A vez das empresas

Para Carlos Henrique Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o processo de crescimento foi e deverá ser longo. "A visibilidade da ciência brasileira tem crescido, mas é um efeito cumulativo de um esforço que aconteceu nos últimos 50 anos. A comunidade científica ainda é muito pequena. O Brasil precisa criar mais e melhores instituições", analisa o físico. "Temos um caminho muito longo pela frente e precisamos nos mover com uma certa velocidade. Estamos atrás de países como a China, a Índia e a Coreia do Sul e temos o mesmo potencial", argumenta.

Outro ponto importante defendido pelos especialistas é conseguir estimular os empresários a investirem na ciência. De acordo com dados do Ministério de Ciência e Tecnologia, 76,7% dos pesquisadores estão ligados a uma instituição de ensino superior e 3,1% estão no governo. Apenas 19,8% estão no setor empresarial.

"O número de artigos científicos é significativo, mas o de patentes não", diz Cruz. Para ele, a solução passa pelas empresas aumentarem o investimento em pesquisa. "Se não mudarmos o pensamento, o ambiente econômico, não adianta nada. Se a infraestrutura é ruim e a taxa de juros é enorme, o empresário não vai investir", explica Cruz.
(Tatiana Sabadini)
(Correio Braziliense, 18/7)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Carência de professores de ciências exatas e biológicas nas escolas do país ainda é grande

Muitos alunos da rede pública não têm nota de matemática nem de física porque não tiveram aula dessas disciplinas, mostra reportagem do "Fantástico" deste domingo, dia 11



Tiago dos Santos, de 15 anos, teve que fazer um trabalho de física, no primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual em São Paulo. Como, em 2010, não teve nenhuma aula da matéria, apelou para internet. "Eu não tenho a mínima idéia do que seja física", diz o estudante.

Laine Lima, 14 anos, no Tocantins, enfrenta problema parecido. "O professor de matemática era o mesmo professor de física. Aí saiu o professor de matemática e ficamos sem matemática e física", conta a aluna.

Reportagem do "Fantástico" [programa dominical da TV Globo] percorreu as cinco regiões do país e constatou: nas escolas públicas brasileiras, falta gente para ensinar ciências exatas e biológicas, principalmente no ensino médio. Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) divulgou que esse nível de ensino foi o que se saiu pior no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb.

O resultado é uma consequência do que governo já tinha apurado em 2008. Quando um levantamento do MEC mostrou um déficit de 240 mil professores da quinta série ao ensino médio. As áreas mais críticas eram, justamente, física, química e matemática. De 2008 até hoje, o governo vê algum avanço.

"Essa falta de professores começa a diminuir, mas ainda muito lentamente. Há hoje uma política muito estruturada para garantir que os jovens procurem as licenciaturas, para que os jovens se tornem professores", diz a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.

Veja a íntegra da reportagem, em vídeo:
(Fantástico, 11/7)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Regulamentado o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais

Decreto que institui o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) dispõe sobre o financiamento compartilhado dos Hospitais Universitários Federais entre as áreas da educação e da saúde

A regulamentação do decreto foi feita por Portaria Interministerial, dos ministérios da Educação (MEC), da Saúde (MS) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), publicada nesta terça-feira, dia 6, no Diário Oficial da União.

A portaria relaciona os hospitais integrantes do Rehuf e também cria o Comitê Gestor do programa. O comitê será formado por representante do MEC, do MS, do MPOG, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), dos hospitais participantes, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

A Unidade Executiva do programa será a Diretoria de Hospitais Universitários e Residências em Saúde da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC.

Veja a íntegra da portaria interministerial em http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=17&data=06/07/2010

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4. Nova diretoria da Andifes apresenta pautas ao ministro da C&T

Representantes da nova Diretoria Executiva da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior reuniram-se com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na última quarta-feira (30/6)
Participaram do encontro o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil (UFG), o 2º vice-presidente, Alvaro Prata (UFSC), e o suplente Targino de Araújo Filho (UFSCar), além do secretário executivo do MCT Luiz Antonio Rodrigues Elias, do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ronaldo Mota, do chefe da Assessoria de Coordenação dos Fundos Setoriais, Antonio Ibañez, e do chefe de gabinete do ministro, Alexandre Navarro.

Além da apresentação da nova diretoria da Andifes, os reitores apresentaram algumas pautas ao ministro Sergio Rezende. A primeira delas foi a edição de uma medida provisória (MP) que regularia o repasse de verbas das Universidades para Fundações de Apoio à Pesquisa.

O ministro informou que a MP foi fechada e que, segundo informações da Casa Civil, só depende do Presidente Lula assinar. "A informação que temos que é não há, no momento, qualquer obstáculo sobre o conteúdo da medida. O fato importante é que não há divergência no governo", afirmou Rezende.

Outra pauta discutida foi o Fundo de Infra-Estrutura (CT-Infra), um meio de viabilizar a modernização e ampliação da infra-estrutura e dos serviços de apoio à pesquisa desenvolvida em instituições públicas de ensino superior e de pesquisas brasileiras, por meio de criação e reforma de laboratórios e compra de equipamentos.

Segundo os reitores, há expectativa na comunidade universitária de recursos adicionais para este Fundo. O ministro esclareceu que não há orçamento, mas que se houver alguma folga, devido a projetos que eventualmente não estão progredindo, podem-se autorizar aditivos a outras iniciativas. Sergio Rezende afirmou que aguarda sinalização da Finep sobre o quantitativo de recurso que ela precisará empenhar.

Inovação

O presidente da Andifes ressaltou que a questão da inovação tecnológica está crescendo nas universidades e que os resultados começam a aparecer. Segundo ele, um importante instrumento neste processo é uma política para incentivar os parques tecnológicos. "Temos universidades que, por razões históricas, têm seus parques. Uma série de outras querem construir", explicou o reitor da UFG.

Edward Madureira Brasil defendeu a importância de se trabalhar uma estratégia para os parques tecnológicos, até como um meio de contribuir para a fixação de pessoal nas universidades. O ministro Sergio Rezende explicou que o MCT tem feito "estudos de viabilidade" para a implantação dos parques, que segundo ele é a primeira ação a ser feita. Ele lembrou ainda que algumas empresas já descobriram o "caminho", que é colocar emendas no orçamento do ministério para a construção destes instrumentos. Segundo Rezende, há casos assim na Bahia, Sergipe e Pernambuco.

PAPG

Os diretores da Andifes falaram ainda sobre a importância do Plano de Apoio à Pós-Graduação, o PAPG-Ifes, como uma importante ferramenta para consolidar a o movimento de interiorização das universidades federais. O ministro da C&T afirmou que há ações concretas nesse sentido, como edital específico da Finep para apoio à infra-estrutura em campi do interior e a concessão de bolsas, por parte do CNPq, para os aprovados no interior.

O presidente da Andifes agradeceu a recepção do MCT, destacou a possibilidade de interlocução com o governo e os avanços alcançados: "Percebemos muito claramente o bom momento, o ambiente positivo na universidade. O sistema ganhou coesão", afirmou Edward Madureira Brasil.
(Assessoria de Imprensa da Andifes)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Autonomia universitária é definida como pauta principal da reunião dos reitores com Lula

Autonomia universitária é definida como pauta principal da reunião dos reitores com Lula

Dirigentes das instituições federais de ensino superior (Ifes) reúnem-se com o presidente no próximo dia 19 de julho
A Diretoria Executiva da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) teve audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na semana passada, para definir a pauta da reunião dos reitores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agendada para o próximo dia 19.

Participaram da reunião o presidente da Andifes Edward Madureira Brasil (UFG), o 1º vice-presidente João Luiz Martins (Ufop), o 2º vice-presidente Alvaro Toubes Prata (UFSC), o suplente da diretoria Targino de Araújo Filho (UFSCar), a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder (UFMT) e o reitor José Geraldo de Sousa Júnior (UnB).

Na visão da Andifes, a principal pauta a ser tratada com o presidente é a autonomia universitária. Depois de cerca de um ano de discussões entre MEC e Andifes, uma série de medidas em relação ao tema foi formulada, para dar mais agilidade, autonomia e transparência à gestão das universidades. Porém, segundo o presidente da Andifes, a tramitação destes documentos preocupa.

O ministro da Educação Fernando Haddad assegurou que o tema é de conhecimento do presidente Lula, que está disposto a assinar as medidas. Ele afirmou que a idéia é assinar o decreto da autonomia na reunião do dia 19. "Posso garantir a vocês que vai sair o decreto da autonomia. Eu conheço o Lula, ele não deixa a Presidência sem assinar isso", atestou Haddad.

O decreto altera dispositivos referentes à gestão financeira e orçamentária das universidades federais permitindo, por exemplo, o remanejamento de recursos não empenhados de um ano fiscal para o seguinte e o remanejamento de recursos entre rubricas das instituições. Ainda estaria incluído o banco de técnicos-administrativos equivalentes, instrumento que daria maior agilidade à reposição de técnicos, quando da vacância de cargos.

Além do decreto da autonomia, também será pauta da reunião com o presidente Lula a assinatura de uma medida provisória e de um decreto que disciplinam o relacionamento das universidades com as fundações de apoio à pesquisa, documentos também já discutidos entre MEC e Andifes.

Para acertar todas as questões, o ministro marcou audiência com o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) João Bernardo. Nos próximos dias 7 e 14 de julho, o ministro também receberá o presidente da Andifes Edward Madureira Brasil para acompanhamento das tratativas.

Hospitais universitários

Outra preocupação dos reitores já levada ao conhecimento do Presidente Lula, assim como a pauta da autonomia, é a situação dos Hospitais Universitários. Depois da reunião com a Andifes em 2009, o presidente instituiu o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), cujo decreto de regulamentação foi publicado nesta terça-feira (6/7). (leia notícia 3 nesta edição)

Haddad se comprometeu a também discutir este assunto no MPOG. O presidente da Andifes reiterou ao ministro da Educação que a entidade está disposta a participar das negociações. "A Andifes está de prontidão, é só acionar", ressaltou Edward Madureira Brasil.
(Assessoria de Imprensa da Andifes)