segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Proinfra tem R$ 360 milhões para apoiar instituições de ensino e pesquisa por três anos

Instituições públicas de pesquisa e ensino superior de todo o país terão R$ 360 milhões nos próximos três anos para a melhoria da infraestrutura física de pesquisa A nova chamada pública do Programa de Infraestrutura (Proinfra) foi anunciada na sexta-feira, dia 11, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, em solenidade na cidade de Recife (PE).
O recurso apoiará projetos de criação, modernização e recuperação de laboratórios de instituições de ensino e pesquisa. O valor máximo de cada proposta é de R$ 1,8 milhão no caso de instituições e universidades com até 100 doutores.
Quem tiver número superior a este pode pleitear até R$ 18 milhões. Pelo menos 30% do recurso devem ser aplicados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A chamada pública estará disponível na próxima semana no site da Financiadora de estudos e Projetos (Finep).
Este ano, 119 instituições receberam recursos do Proinfra para a recuperação de equipamentos e instalações de pesquisa. Foram contempladas 345 projetos por edital da Finep, 37% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Na mesma solenidade, Pernambuco assegurou investimentos de R$ 65 milhões em ciência, tecnologia e inovação com a assinatura de uma série de parcerias entre o governador Eduardo Campos, o ministro Sergio Rezende, e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luis Fernandes. Os convênios benefíciam micro e pequenas empresas com projetos focados no desenvolvimento do estado.
"Esse é um esforço de poder ajudar as nossas instituições que desenvolvem pesquisa, conhecimento, tecnologia, e que tratam de inovação no estado, para darmos sequência ao grande desafio que temos nessa área e que está na pauta do empresariado brasileiro", disse Campos.
Entre os projetos está um protocolo de intenções para a criação do Centro Nacional de Tecnologias em União e Revestimento de Materiais (CNTM), orçado em R$ 25 milhões. Os demais recursos vão para pesquisas no setor de petróleo e gás, e projetos para infraestrutura de universidades.
"O CNTM é estratégico para Pernambuco, que tem uma tradição metal/mecânica e a resgata agora, dentro desse momento importante que o Brasil vive na área de petróleo, gás e offshore", afirmou Campos
Pappe Integração
Já o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas na Modalidade Integração (Pappe Integração), também anunciado por Rezende, recebe R$ 15 milhões em investimentos, sendo R$ 5 milhões de contrapartida do estado. O Pappe destinará mais R$ 90 milhões para os demais estados do Nordeste, Norte e Centro Oeste, totalizando R$ 100 milhões.
"Nesse programa são as fundações estaduais que fazem os editais, voltados para a realidade local. Concorrem, então, empresas que estão envolvidas com as prioridades do estado e concorrem num nível mais ou menos uniforme", explicou Rezende.
Na opinião do ministro, o Brasil está entrando num momento de afirmação das políticas públicas na área de C&T. "Com frequência ouvimos da sociedade a reclamação de que a ciência ainda não está contribuindo para o PIB. Ou seja, ainda não faz com que a ciência se transforme em riqueza. É o que a Coreia conseguiu fazer, e outros fizeram ao longo de muitas décadas. Só que essa situação já ocorre aqui e está não em processo de aceleração, mas de consolidação", observou Rezende.
Das parcerias firmadas, cerca de R$ 9,6 milhões são para o Programa Primeira Empresa (Prime), voltado para empresas com menos de dois anos de existência. "O Prime é um aporte não reembolsável dado a empresas iniciantes, para começar a mudar o ambiente de dificuldades. As incubadoras já têm um importante papel nesse processo, mas se carecia de apoio", explicou o ministro.

(Com informações da Assessoria de Comunicação do MCT)

Fonte: Jornal da Ciência
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Edição 3910 - Notícias de C&T - Serviço da SBPC


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

DIA DO ENGENHEIRO

Parabéns aos Colegas Engenheiros.

Dia 11 de Dezembro comemoramos o dia do Engenheiro, que teve sua profissão regulamentada, primeiramente, no Brasil através do decreto no 23.569, de 11 de dezembro de 1933, sendo fiscalizada pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (CREA), subordinados ao Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA).

Saudações Acadâmicas

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NÃO HÁ VENTO FAVORÁVEL PARA QUEM NÃO SABE PARA ONDE SE DIRIGE

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”

AUTOPSICOGRAFIA - Fernando Pessoa


Oi Pessoal,

Muitos ainda me perguntam por que eu estou adotando um estilo eventualmente hermético e metafórico em algumas das minhas mensagens, parecendo os filmes antigos do Carlos Saura – difíceis de entender devido a uma linguagem muito cifrada. Eu já expliquei - meus motivos são parecidos com os dele, é claro.

Recebi uma mensagem do Daniel Nunes, graduando no curso de História e membro do Conselho Universitário da UFF , a qual reproduzo em seguida. Apesar de eu não ter mencionado a UFF na mensagem anterior (“O PANETONE”), ele achou que a mensagem poderia induzir um a falsa interpretação de fatos que ocorreram na recente eleição. Não foi, absolutamente, a minha intenção tratar diretamente da UFF. Não vejo, portanto, a mensagem do Daniel como um “direito de resposta”, mas sim como um “direito à manifestação”, que todos freqüentadores desse espaço têm. Aí vai.

“Professor Heraldo,

Não houve por parte de nossa chapa qualquer tipo de "acordo" com o Professor Hermano.

Reafirmamos nossas propostas no movimento estudantil. Se o professor se refere em seu email à nossa posição contra os cursos, a reafirmamos com todas as letras: SOMOS CONTRA OS CURSOS PAGOS. Inclusive, quem acompanha um pouco da política na UFF, não medimos esforços para aprovar um plebiscito com voto universal que decidisse sobre esse assunto no âmbito do processo estatuinte da UFF. A proposta do plebiscito foi construída e defendida por nós, membros da Chapa 1, juntamente com docentes, funcionários e outros estudantes.

Não sei dizer se o Professor Hermano passou em sala ou fez algum chamamento de voto à nossa chapa. Se o fez, o fez por conta própria, e muitos menos por bandeiras comuns às nossas; lembro que outra chapa que disputa o pleito é diretamente ligada a outros dirigentes da UFF com os quais o Hermano possui grandes divergências, inclusive dentro da Engenharia.

Por fim, Professor Heraldo, peço que por respeito ao direito de resposta da nossa chapa, que encaminhe esse email aqueles que receberam o seu email.

Saudações universitárias,

Daniel Vieira Nunes
Graduando no curso de História – UFF
Conselheiro Universitário
Chapa 1 - Os Sonhos não Envelhecem”



Acredito no Daniel e respeito as suas posições políticas.

Meu texto não era absolutamente sobre a UFF. Contudo, depois da sua mensagem, minha curiosidade foi despertada e conversei com diversos professores e alunos da Escola de Engenharia que me confirmaram a passagem em turma e o discurso do professor Hermano, atual Diretor da Unidade, sobre as eleições do DCE da UFF. Seria mais um caso de dirigente se envolvendo direta e explicitamente em eleições estudantis.

Acho difícil acreditar nessas histórias e testemunhos. Se fosse verdade (eu custaria a acreditar) seria o máximo das contradições. Nos últimos tempos, o professor Hermano escreveu mensagens duras contra o plebiscito sobre os cursos pagos, que seria para ele, pelo o que eu entendi do que ele tentou expressar, “um golpe contra os empreendedores da UFF”. Você e os demais membros da chapa 1 “não mediram esforços para aprovar um plebiscito com voto universal que decidisse sobre esse assunto no âmbito do processo estatuinte da UFF”. Portanto, nada mais absurdo do que uma composição entre o alegado “defensor dos empreendedores” com membros da Chapa 1, já que as opiniões políticas sobre esse assunto são claramente antagônicas. Mais esquisito ainda seria o professor Hermano se expor dessa maneira gratuitamente e por conta própria, sem a anuência dos membros da chapa.

Todo cidadão tem direito a ter as suas preferências em eleições de alunos, incluindo professores e funcionários. No entanto, é completamente inusitado um Dirigente Universitário passar em turma para pedir votos em eleições para DCE. Minha surpresa seria maior ainda por tratar dos membros da CHAPA 1 e do professor Hermano. A barra das disputas políticas nas universidades por vezes é pesada, mas há apoios que valem por uma derrota. Certamente, trata-se de mais uma “lenda urbana” da UFF.

Agradeço o esclarecimento público que evita interpretações injustas. Nesses anos que eu tento acompanhar a política, a coisa que mais doeu foi ver companheiros de caminhada conciliando, desistindo. Mesmo não concordando em algumas coisas com os membros da CHAPA1, para mim seria mais uma forte decepção vê-los indo por esse caminho da conciliação fácil e das trocas “espertas”.

Gosto das pessoas combativas e não gosto de pessoas dúbias e dos que conciliam. Acredito no Daniel e em sua indignação (bem vinda a indignação, eu ficaria ainda mais intrigado com o silêncio). Continuarei crítico a algumas falhas evidentes nos processos políticos da UFF, mas mantendo o respeito que sempre tive por aqueles que buscam, através da mobilização política, uma sociedade (e uma universidade pública) menos pior.

Saudações universitárias

Heraldo

PS:

1 - Sou totalmente favorável ao plebiscito.

2 - Não vejo como um problema ideológico de fundo o fato de uma universidade pública, eventualmente, poder levantar recursos (de empresas privadas ou até de indivíduos) através de atividades de formação complementar e de extensão.

3 - A grande questão que define campos de interesse é, pura e simplesmente, a regulação (o que pode e o que não pode), o controle acadêmico dos cursos e a transparência na aplicação desses recursos.

4 - Entre a proibição total desse tipo de curso e a liberação total, sem critérios e sem controle coletivo, existe um universo de alternativas e possibilidades. Contudo, se for obrigado, a contragosto, a escolher entre uma coisa e outra, prefiro a proibição, que seria o erro menor, nesse caso.

5 - Há mais de dois anos, a meu pedido como conselheiro, foi criada no CEP uma comissão para rever e reformar o Regulamento dos Programas e Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Federal Fluminense. O trabalho estava praticamente concluído, aumentando o grau de exigência e o efetivo controle acadêmico, mas reduzindo os trâmites burocráticos para criação e renovação de cursos meritórios. Tentava separar o joio do trigo.

O então Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, presidente dessa comissão, deu todo apoio a esse anteprojeto e, com a sua Assessoria para cursos lato sensu e os demais membros da comissão, se empenhou realmente a fazer uma legislação equilibrada. Quando o anteprojeto do novo Regulamento estava pronto para ser encaminhado para discussão pública, surpreendentemente, por alguma razão que eu desconheço, tanto o Pró-Reitor como o seu Assessor foram substituídos dos cargos. Sem aparente relação de causa e efeito, a tramitação do anteprojeto foi interrompida, como se houvesse sido afastada junto com o Pró-Reitor. Foi uma pena. Poderia ter apontado algumas alternativas menos maniqueístas.

6 - Muito mais grave, em minha opinião, é quando inexistem mecanismos adequados de controle e acompanhamento coletivos do orçamento da universidade, o que pode permitir o eventual favorecimento de interesses privados, mesmo se o orçamento for composto exclusivamente por recursos públicos repassados pelo MEC.

















sábado, 5 de dezembro de 2009

Técnicos-administrativos promovem paralisação na UFF de Volta Redonda

por Pensamento Acadêmico

Na última quarta-feira, 02 de dezembro de 2009, os técnicos-administrativos lotados na EEIMVR e no PUVR promoveram uma paralisação de suas atividades. Durante todo o dia letivo, os funcionários paralisados fizeram a entrega de um panfleto (Fig. 1) para alunos e docentes. No panfleto distribuído encontravam-se listadas a razões que levaram os servidores a realizar a manifestação junto ao portão principal da Escola de Engenharia. Nesta ocasião, também estiveram presentes alguns representantes (companheiros) do Sindicato dos Trabalhadores da UFF (SINTUFF) de Niterói. Vale lembrar que esta manifestação foi o primeiro ato organizado desde o protesto feito pelos alunos no dia 22 de setembro contra a Intervenção do PUVR. Para a surpresa de alguns funcionários paralisados, foram notadas as ausências dos diretores do PUVR e da EEIMVR. Aliás, já faz bastante tempo que Volta Redonda não recebe a visita do diretor do Pólo. Outra coincidência deveras interessante é que o diretor da Escola de Engenharia (amigo intimo do interventor e também ex-vice-diretor do antigo CTC) também não consegue acertar a sua agenda com nenhuma manifestação realizada no pátio do edifício Edil Patury Monteiro.




Fig. 1: Panfleto da paralisação dos servidores da UFF de Volta Redonda.

Por que Paramos?


Falta democracia - Ha mais de 2 anos (desde1/3/07) estamos com diretor "pró tempore" no Pólo, sem que sejam realizadas as prometidas eleições para preenchimento deste cargo. Não aceitamos a desculpa das eleições simultâneas nos pólos de Volta Redonda, Rio das Ostras, Nova Friburgo e Campos, pois os problemas são diferentes. Além disso, nossa representação de apenas 2 membros no Conselho Superior do Pólo é totalmente desproporcional. Queremos um conselho gestor paritário e, também, nossa representação nos demais colegiados, onde são efetivamente debatidas as questões. Para isso, serão necessárias mudanças no regimento.


Falta transparência na aplicação dos recursos e determinação de prioridades nas obras do campus - A obra do aterrado iniciada em maio está adiantada, enquanto os serviços no atual prédio (vila) estão paralisados e os laboratórios nem foram licitados ainda. Como conseqüência, cresce a insegurança no uso dos laborat6rios e a superlotação nos espaços de trabalho. Observe-se que esta situação é também conseqüência falta de democracia, a partir da qual, são definidas as prioridades no interesse do coletivo.


Falta segurança - E preciso melhorar a controle de acesso de pessoas estranhas a unidade com uso de crachás e apresentação dos novos funcionários e professores. Só em 2009, são várias ocorrências de furtos e roubos.


Falta segurança no trabalho - Além das obras nos laboratórios, é necessário urgente laudo sobre as condições de segurança no trabalho, pois a ausência de prevenção e dos exames periódicos obrigatórios têm causado freqüentes e desnecessários acidentes e problemas de saúde. Por que mesmo EPls - equipamento de proteção individuais já comprados (capela, lava olhos, etc.) ainda não foram colocados em uso? Por outro lado, normas básicas de segurança em laboratórios químicos não são minimamente implementadas.


Falta concurso publico para novos funcionários - Segundo dados da própria reitoria da UFF, em Nova Friburgo, são 350 alunos para 29 funcionários, numa proporção 12,7 alunos para cada funcionário. Em Rio das Ostras esta proporção 21,46. Já em Volta Redonda, com 1500 alunos e 42 técnicos administrativos, e uma proporção absurda de 35,7 alunos para cada funcionário. E isso sem contar os alunos de mestrado, doutorado, MBA e as novas turmas abertas ate 2010.


É claro que todos esses fatores são interdependentes. Como não tem democracia, falta transparência. Sem transparência, a prioridade para aplicação dos recursos disponíveis obedece a critérios obscuros. Sem prioridade onde ela é necessária, as obras não terminam, os laboratórios não tem condições de funcionar da forma correta e não existe espaço físico para os funcionários trabalharem. Novas cursos já foram abertos, as obras precisam ser terminadas e precisamos de novo concurso publico urgente para técnico administrativos.

Parabéns aos servidores por mais este gesto de preocupação com a Instituição e principalmente com a falta de democracia que a UFF de Volta Redonda convive por anos e anos.

Saudações Acadêmicas,

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O PANETONE

É inacreditável. Quando eu pensava já ter visto tudo na política universitária e, em particular, na política estudantil , sou surpreendido com mais uma novidade. Fui informado, por VÁRIAS pessoas diferentes (alunos e docentes) que, muito recentemente, numa das universidades públicas brasileiras, um diretor de unidade passou de sala em sala pedindo voto aos alunos para uma das chapas que estariam concorrendo ao DCE. O argumento dele é que essa seria a única chapa que apoiaria algumas “bandeiras comuns” a ele. Como aquela cerveja, para esse dirigente a chapa seria a “número um” (Não. Não vou dizer do que se tratam essas “bandeiras comuns”, pois não é isso que vem ao caso).

Fato inusitado, se isso foi realmente verdade. Apesar de ser natural haver preferências na política, é uma tradição o não envolvimento direto de dirigentes universitários em campanhas de alunos (panfletagens, passagens em turmas, etc.). O mais curioso é que os principais dirigentes dessa chapa são alguns dos mais ardorosos defensores exatamente de idéias opostas a essas “bandeiras comuns” no conselho superior dessa universidade. Pelo menos publicamente. Já pediram até plebiscito para dirimir antagonismos e tentar solucionar forte conflito de opiniões, exatamente sobre essas “bandeiras comuns”. O partido político que, segundo alguns, influenciaria os membros dessa chapa é, ao que eu saiba, um dos opositores mais radicais e críticos a essas “bandeiras comuns”.

Só lamento é que um dirigente universitário possa se envolver diretamente numa disputa eleitoral de alunos. E, o que é pior, informando um fato que não aparece no programa da chapa para a qual pede votos (aliás exatamente o contrário do que propõe a chapa).

Bacana se houve algum acordo. Deve ser tornado público, pois a unidade de fato na política é sempre muito ética, rara e preciosa.

Caso contrário, ou bem o dirigente universitário estaria mentindo, inventando um apoio que a chapa não dá às suas idéias, ou bem há um acordo velado (pois o contrário está no programa), provavelmente em troca de alguma coisa, eu presumo. Provavelmente um panetone de natal.

Parabéns pelo bom exemplo. A democracia universitária agradece.

Saudações Acadêmicas
Heraldo